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Vitória dos estudantes: reintegração de posse do Centro Paula Souza, em São Paulo, é suspensa

Ao som de palavras de ordem como “Cadê minha merenda?” e “Não tem arrego!”, secundaristas paulistanos resistem à tentativa de reintegração de posse do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza pelo batalhão de choque da polícia militar. Sem mandato, policiais invadiram o prédio, localizado na região central de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (2).

A ocupação do Centro Paula Souza, que é autarquia do Governo do Estado de São Paulo e responsável pela administração de 219 escolas técnicas estaduais e 66 faculdades de tecnologia em mais de 300 municípios paulistas, acontece há quatro dias em protesto contra a falta de merenda, por denúncias de corrupção nos contratos de fornecimento de produtos para alimentação escolar e contra o sucateamento da educação.

“Meu pai é autônomo e mesmo com dificuldade está conseguindo me ajudar a bancar minha alimentação, mas tenho muitas amigas que dependem da merenda da escola para conseguir se alimentar. Antes até tinha a merenda seca [bolachas e barrinhas de cereal], mas hoje não tem mais nada e a minha escola atende três regiões periféricas”, conta Indyra Silva, da Escola Estadual Marta Teresinha Rosa, de Mauá, região metropolitana da capital paulista.

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Recado dos estudantes dentro da ocupação Centro Paula Souza (Foto: Yuri Salvador)

O documento oficial que autorizava a reintegração de posse foi entregue às lideranças do movimento somente no final da tarde. O Conselho Tutelar afirmou não ter sido notificado sobre a ação, o que torna ilegal sua continuidade, já que a imensa maioria dos ocupantes são jovens menores de 18 anos.

“Não estamos fazendo nada ilegal aqui dentro, muito pelo contrário. Estamos lutando pelos nossos direitos, queremos uma educação de qualidade”, bradou um dos estudantes durante a realização de uma assembleia realizada em frente ao cordão formado pelo batalhão de choque.

Após os secundaristas reafirmarem resistência à tentativa de retirada por parte da polícia militar, a reintegração foi suspensa e uma audiência de conciliação, marcada. Os estudantes decidirão em assembleia se participam ou não dessa audiência e quais serão os próximos passos.

“A reintegração de posse do Centro Paula Souza foi suspensa pela justiça, mas a resistência dos estudantes continua. Nossa luta é para punir o ladrão da merenda e não vamos baixar a guarda, portanto, o Centro Paula Souza permanecerá ocupado até que esse ladrão seja devidamente punido”, afirma a presidenta da UBES, Camila Lanes.

Por Débora Neves e Suevelin Cinti.