Confira o artigo da diretoria LGBT da UBES
Em meio a um cenário que se apresenta desolador à comunidade LGBTI+, resistimos, nas nossas casas, nas nossas escolas, nos nossos trabalhos, no nosso convívio social. Resistimos às violências diretas e veladas do preconceito estigmatizado pelo conservadorismo estrutural e obscuro, que machuca, mata, violenta e segrega os corpos LGBTs.
Resistir, existir e sobreviver se tornam sinônimos em períodos sombrios. Somos o país que mais mata LGBTs no mundo, o Brasil, e todos os dias nossas vidas são ceifadas. Por quê? Qual a razão? E até quando? Quanto ainda temos que resistir, que lutar e ocupar para que assim consigamos ter tempo de orgulhar-se?
As notícias são diariamente desanimadoras. A nossa luta nunca visibilizada pelas grandes mídias, e assim sofremos a naturalização das atrocidades que vivenciam e vivenciaram cada jovem LGBT, que de forma cruel foi agredido, espancado ou morto entre as estatísticas.
Orgulhar-se não é a romantização do movimento e sim o sentimento de coexistência de nossas vidas na sociedade, a bandeira contínua que levantamos de quem somos, e continuaremos sendo. Embora tenhamos certeza da luta que se é travada todos os dias, orgulhar-se é resistir, é sonhar e ser livre das amarras do preconceito.
O orgulho nos remete a um sentimento ímpar de emancipação, de reafirmação e afirmação, ao mesmo tempo que nos traz a clareza sobre o quanto ainda teremos que lutar por direitos, irrevogáveis, e garantidos na constituição, que são de forma escancarada violentados pelo estado, e assim nos tornando desiguais.
A crença de que adiante seremos livres e iguais em direitos é o que nos prontifica a continuarmos na luta, com todos, todas e todes, e assim nos enchemos de orgulho diariamente, sentindo com profunda tristeza a partida dos nossos. Mas, encontrando na dor, forças para seguir os caminhos libertários.
Orgulhem-se, lutem e resistam!
Adriele Andrade
Diretora LGBT da UBES