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Futuro dos institutos estaduais e federais é preocupação da juventude

Sala lotada, estudantes em pé, outros se acomodaram no chão, banda e muita empolgação. Foi em meio a este clima que nesta sexta (08), em Salvador, que estudantes debateram “O futuro da redes de institutos estaduais e federais tecnológicos frente aos ataques sobre a educação pública”.

A mesa foi mediada por Rozana Barroso, diretora de escolas técnicas da UBES e contou com a contribuição de Jhonatan Almada, reitor do Instituto Federal do Maranhão (IEMA), Pedro Rosa, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal Fluminense (SINTUFF) e da reitora do Instituto Federal da Bahia (IFBA), Professora Luzia Mota.

“É preciso a implementação de medidas baseadas em profundos conhecimentos, não em ‘achismos’”, evidenciou Jhonatan Almada. A frágil estrutura de gestão das políticas educacionais e a tomada de decisões sem considerar as necessidades das instituições e dos estudantes foram questões bastante discutidas. “Há um déficit de participação do processo de reordenamento dos IFs, pois é uma política distante dos reais problemas da rede”, complementou Luzia Mota.

Diante dos desafios dos IEs e IFs, a professora e reitora do IFBA lembrou que a educação profissional há tempos vem sendo um problema no país: “Estamos vivendo uma ameaça estrutural. Desde 2017, os institutos tiveram cortes no orçamento com a Emenda Constitucional 95, chamada PEC da morte”.

Foto: Thompson Griffo – CUCA da UNE.

Para Pedro Rosa, a PEC não leva um nome figurado, ela categoricamente representa a morte das instituições estaduais e federais. O sindicalista destacou que a ideia de privatização defendida por liberais não resolveria o problema: “Política de privatização não tem a ver com desenvolvimento social, temos o exemplo da Vale que representa bem isso. Temos condição de ampliar a rede”.

Assistência estudantil em pauta

Ao som de “sou estudante, não abro mão de passe livre, assistência e condução” proferido por estudantes presentes, a falta de investimento bem como a falta de assistência estudantil foram ressaltadas pelos convidados, como um dos principais desafios. Luzia deu ênfase a dificuldade dos jovens brasileiros de acessarem o ensino técnico e que aqueles que conseguem não têm condições de se manterem estudando:

“ A oferta de educação não pode ser apenas para uma minoria que consegue ingressar, e sim para todos os estudantes brasileiros”, Luzia Mota

No tocante a isso, Almada falou sobre os investimentos que o Maranhão tem realizado na área e os resultados conquistados no instituto federal. Segundo o reitor do IFMA, as conquistas serão serão possíveis com pressão ao governo federal que deve priorizar a pauta: “O foco tem que ser nos problemas recorrentes da educação. Falta financiamento, formação continuada de professores, infraestrutura e acesso para todos os jovens”.

“Atualmente, o governo fala apenas de falsos problemas: ideologia de gênero, falta de patriotismo e toda a culpa é do Paulo Freire”, Jhonatan Almada

Organização contra a retirada de direitos

Rozana Barroso, Diretora de Escolas Técnicas da UBES.

Rozana Barroso, que é estudante da Faetec João Barcelos Martins, Campo dos Goytacazes (RJ), salientou que a unidade é fundamental na resistência aos perigos que o ensino técnico tem enfrentado e que podem se acentuar no novo período: “A pluralidade de ideias que temos aqui hoje representa a diversidade de uma juventude que, por vias democráticas, já teve muitas lutas vitoriosas. Nossa unidade é necessária para que o ensino técnico seja ampliado!”.