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“Manda esse lixo janela abaixo”: o ódio contaminou o estado?

Foi divulgado nas redes sociais e na imprensa, nos últimos dias, áudio gravado durante o voo do ex-presidente Lula para Curitiba no sábado (07/04). Na gravação, alguém pede para “mandar este lixo janela abaixo aí”. A veracidade do áudio foi confirmada pela Força Aérea Brasileira (FAB).

A FAB não localizou, porém, o responsável pelas ofensas, que pode ter sido um piloto ou outro integrante da equipe da Polícia Federal que acompanhava Lula. “Lamentavelmente, nas gravações em questão, as frequências foram utilizadas de modo inadequado por alguns usuários que se valeram do anonimato”, diz a nota. O advogado do ex-presidente pediu para que o autor da fala seja identificado.

Lula se entrega à PF em Curitiba

O cenário atenta à possibilidade de ser alguém envolvido no esquema que deveria garantir a segurança de Lula. Suspeita grave e semelhante aconteceu em episódio que envolveu a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB), em frente ao prédio da Polícia Federal onde Lula se encontra, quando um homem furou o bloqueio policial para provocá-la.

Ele segurou a deputada, tentou ofendê-la e gritou palavras de exaltação ao líder da extrema-direita Jair Bolsonaro. O maior problema é que, após atacá-la, ele foi escoltado pelos policiais para dentro da sede da PF. Manuela diz estar preocupada, pois ele pode ser um agente da Polícia Federal, mas ainda não há comprovação.

Manuela D’Ávila discute com policial após ser provocada, em frente ao prédio da PF em Curitiba.

“Como alguém entra, provoca e é escoltado para sair?”, questionou. “O meu problema é saber quem é o agressor, como ele tem trânsito livre e entra na PF diante de uma situação concreta? E se for o carcereiro do ex-presidente?” indaga a candidata.

Como está se alastrando nos últimos anos, pessoas inflamadas pelo ódio têm se aproveitado do anonimato para reproduzir ideias extremistas e violentas. O problema é que quando o ódio chega ao Estado, que deveria ser imparcial, é que ele assume a forma que dá vida ao fascismo. A falta de mecanismos que combatam isso é perigosa à democracia.

Além do ex-presidente Lula ter sido condenado por um crime com ausência de provas e que indicam perseguição para tirá-lo das eleições, o ódio provoca sentimentos furiosos, que ignoram a importância de um julgamento que siga todas as etapas asseguradas pela Constituição. A ascensão do conservadorismo cresce ainda mais no Brasil, a partir da eleição do Congresso mais conservador desde 1964.

Fake news ampliam discursos de ódio

A força atual das ideias odiosas e fascistas têm grande influência das notícias falsas espalhadas por páginas conservadoras. Um estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, revelou que a ultradireita domina as fake news espalhas pelas redes. A pesquisa também demonstra que o resultado da eleição dos EUA foi influenciado pela disseminação das notícias faltas.

A onda do discurso de ódio espalhado pelas redes sociais, alimenta ainda mais as pessoas que estão sendo influenciadas por ideias que flertam com o fascismo. Páginas que defendem o porte de armas, a tortura e a violência tem ainda mais força quando são “abraçadas” por movimentos sociais conservadores e políticos.

Figuras que representam o ódio crescente na sociedade brasileira despontam como candidatos à presidência e ao Congresso Nacional. E os cidadãos atingidos pela onda de violência e sensação de insegurança, caem nos discursos.

A população precisa estar atenta aos ataques à democracia brasileira, defendendo a punição de quem age se movendo pelo ódio da sociedade. Casos como o do assassinato da vereadora Marielle Franco, é um dos recentes exemplos que devem ser rigorosamente apurados identificando os autores do crime e os punindo.