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Em meio a luta por bolsas, nova diretoria da UPES toma posse na Alesp

Nesta terça (26/6), os secundaristas mostraram mais uma vez que a Assembleia Legistaliva do estado é lugar de estudantes, sim. A gestão 2018-2020 da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES) tomou posse oficialmente em um auditório da casa parlamentar.

Antes disso, ainda protestou para que os deputados votem o PL 570/2016, que cria bolsas de assistência nas escolas técnicas estaduais (Etecs) e na Faculdade de Tecnologia do estado (Fatec). A resistência ao neoliberalismo é o maior desafio atual da juventude em São Paulo, concordaram convidados do ato político.

Ocupar e resistir… Sempre foi desse jeito

“Espera pra ver…Amanhã vai ser maior”. No vídeo, Matheus Doná e Maju Rodrigues, da UPES, cantam música sobre resistência secunda em SP

O movimento estudantil de São Paulo conhece bem a Alesp. Afinal, em maio de 2016, na última gestão da UPES, os jovens ocuparam a Casa pela abertura da CPI da Merenda, assim que uma operação do Ministério Público expôs graves desvios de verba.

Diversos participantes da cerimônia de posse lembraram disso, como a deputada Beth Sahão (PT) e a senadora Lecy Brandão (PCdoB). “Queria agradecer por tudo que vocês me pertubaram na época da ocupação”, brincou. “Foi uma passagem importantíssima da minha vida como cidadã. Vocês foram bastante corajosos e valeu à pena”, disse Lecy.

Para Isabela Queiroz, diretora de Comunicação da UBES, aquele momento reacendeu a chama da esperança e da resistência. “É preciso seguir renovando perspectivas e fazendo brilhar o olho como só os secundaristas podem fazer”, disse ela.

Também participaram do ato político representantes dos movimentos sindicais (Sintep e Apeoesp), das UMES do estado, da UEE-SP, do governador Márcio França (PSB) e vários ex-presidentes da entidade paulista.

Entidade histórica, a UPES comemora 70 anos em 26 de julho.

 70 anos, esperança e desafios

Laís do Vale, do Instituto Federal de Avaré (SP), é a nova presidenta da UPES, eleita no congresso em maio. “Vim do interior, onde o conservadorismo é gigante. Eu ocupei minha escola e nada foi mais lindo do que a gente ser protagonista da nossa escola. Representa que a gente tem que botar os dois pés no peito de quem tenta tirar nossos sonhos”, disse.

Laís do Vale, presidenta da UPES desde maio: “A UPES está aqui para trazer esperança”

Emocionados com a vibração da juventude, ex-presidentes de várias épocas falaram sobre como a UPES tem vencido obstáculos ao longo da história com resistência constante. Hoje tem a Lei do Grêmio Livre, o direito do voto aos 16 anos, mas as dificuldades continuam grandes.

Eles citaram o recente projeto do ex-governador Geraldo Alckmin de fechamento e privatizações de escolas pública. Neste processo, acreditam que o maior desafio da UPES seja enfrentar o modelo neoliberal, para construir uma escola que pare de destruir as perspectivas da juventude, mas sim que estimule a sonhar.

Desafio dos secundas de SP é enfrentar o modelo neoliberal para construir uma escola que estimule a juventude a sonhar

Emerson “Catatau”, presidente da UPES na gestão 2016-2018: “A gente chega na escola cheio de sonhos e a UPES é instrumento para continuar sonhando”.

Permanência Já

Faz um mês que secundas e universitários frequentam a Alesp para pressionar pela política de assistência estudantil no estado, reivindicação desde 2013. Com vetos orçamentários do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), o PL 570 virou a única saída. Mas precisa ser votado antes das leis eleitorais entrarem em vigor, no segundo semestre, porque o atual governador Márcio França (PSB) é candidato a reeleição.

O projeto pode instituir 300 bolsas para jovens das Etecs, que oferecem ensino médio integrado, portanto em período integral, a 200 mil secundas no estado. A lei também cria 100 bolsas para matriculados na Fatec, única faculdade pública de São Paulo sem política de assistência.

Ato na Alesp por bolsas estudantis nas Etecs e Fatec