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Crianças na Luta: Professores, pais e filhos marcham pela educação

“Educação de qualidade, tem criança como prioridade!”. Com essa frase, crianças, muitas delas estudantes do ensino fundamental, mobilizadas na luta de seus direitos protestavam ao lado de pais e professores na marcha que aconteceu na terça-feira (20) no centro de São Paulo. Organizado pelo Facebook, reuniu pessoas de toda a cidade na defesa por uma educação pública, gratuita e de qualidade.

O “Ato: Mães da Escola Pública em apoio aos professores” marchou em apoio a greve dos professores, que já dura 13 dias, e contra a agressão da Guarda Civil Metropolitana (GCM) aos docentes, ocorrida na Câmara Municipal no último dia 14. O ato desta semana ainda protestava contra o projeto Escola Sem Partido e pela defesa do número de crianças por sala previsto no Plano Municipal de Educação, condições de trabalho dignas aos educadores e uma educação laica, respeitosa e libertadora.

Com tantas reivindicações, o ato chamou atenção pelas fotos que viralizaram nas redes sociais de crianças na passeata com megafones e cartazes com os dizeres “escola laica”, “não machuque meus professores” e “prefeito não faça maldade”. Alguns até seguravam desenhos feitos em cartolina.

Uma dessas crianças é a Clarice de 5 anos que estuda em uma escola municipal da zona sul da capital. Sua mãe, Carolina Borges de 35 anos, diz que tenta conscientizar a filha que “a escola está lá para atender ela do melhor jeito possível e que exigimos uma escola boa”. “Ela conta pra mim o que acontece na escola e se acontece algo de errado, nós tomamos ações”, conta Carolina.

Desenho feito pela Clarice. Ela retrata cada criança de uma cor com frases da manifestação.

A mãe incentiva Clarice a participar de reuniões com ela: “Eu e minha filha vamos em reuniões de conselho, pedindo principalmente mais espaços para crianças e jovens na cidade, pois temos poucos espaços de qualidade”.

Ela também leva a filha a audiências públicas e diz que um dos maiores incentivos que pode dar à Clarice é participar junto a ela: “Uma maneira de fazer ela ter essa consciência, é fazendo a participar e ver a mãe participando. Exigindo as coisas e indo pra rua”.

Segundo Carolina, aos brados de “prefeito João, quero mais educação”, Clarice gostou de participar e ajudar os professores.

 

Por Diego Guaglianone

Foto de capa: Thallita Oshiro / Jornalistas Livres