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Os impactos da crise econômica na vida dos jovens

Mesa do 16º CONEG debateu a crise econômica e o desemprego na juventude

Os jovens são os que mais sentem a crise econômica por que passa o Brasil. A taxa de desemprego entre eles, hoje, é de 28%, mais que o dobro da taxa de desemprego entre a população geral, que é de 13%. “Isso significa que 1 em cada 4 jovens que buscam emprego não consegue”, disse Gustavo Marsaioli, representante da CUT, durante o debate “Crise Econômica e Desemprego na Juventude: Estudantes contra as Reformas do Temer”, realizado na tarde desta sexta-feira (08) no 16º CONEG da UBES, em São Paulo.

O Brasil possui hoje o maior índice de desemprego dos últimos 15 anos. “Essa taxa é parecida com a do final dos anos 90, início dos anos 2000, quando o neoliberalismo era muito forte no país”, afirma Marsaioli.

“O desemprego é a face mais brutal deste cenário de crise”, afirmou Josué Rocha, representante do MTST.

Rocha salientou outros efeitos severos desta crise, cuja conta tem sido enviada ao povo brasileiro pelo governo ilegítimo. “A renda do trabalhador caiu em média 9% no último ano. O encolhimento da renda é um dos principais fatores que faz com que a população sinta a crise. Isso e o desemprego que atinge principalmente a população mais pobre, as mulheres e os jovens”, afirmou Josué.

Como lembrou o representante do MTST, em menos de um mandato, Temer rompeu importantes pactos que representaram avanços nos direitos do povo: “Ele quebrou com a constituição de 1998 ao aprovar a PEC do Fim do Mundo e mexeu no pacto da Era Vargas, a Consolidação das Leis Trabalhistas, algo que nem a ditadura militar teve coragem de fazer.”

Para Gabriel Alvez, ex-vice presidente da UBES também presente no debate, o que vivemos hoje é um retorno brutal ao passado. “A reforma trabalhista é um retorno à época em que os trabalhadores tinham de atuar 14 horas por dia, o que havia sido superado há 100 anos.”

Ricardo Senesi, da Unidade Popular, destacou que entre as mudanças previstas na reforma trabalhista, a regulamentação da jornada intermitente talvez seja uma das mais preocupantes. “Ela deixa o trabalhador sem saber com o que contar no final do mês, já que ele ganha conforme o tempo de trabalho que realiza”.

A reforma da previdência foi outra medida deste pacote de retrocessos de Temer lembrados durante a mesa. “A previdência como a conhecemos é um pacto entre as gerações: as mais novas pagam a aposentadoria das mais velhas. Os obstáculos que essa reforma coloca desestimula os jovens a contribuírem com o INSS, o que pode, de fato, acabar com a previdência social”, explica Gustavo Marsaioli.

Crise para quem?

Os convidados lembraram que, enquanto há 14 milhões de desempregados no Brasil hoje, o governo golpista paga 428 bilhões para os banqueiros, com o pagamento dos juros da dívida pública.

“Temos um desafio muito grande à nossa frente. É tarefa nossa fundamental defender o nosso presente e futuro. Precisamos combater com grande unidade esses retrocessos do Temer, lutando para a revogação dos que já foram aprovados, e resistindo para os que ainda podem vir”, conclui Josué Rocha.

 

Por Natasha Ramos, de São Paulo
Foto: Paulo Ricardo | UMES – PR