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Primavera Feminista: II Ato Por Todas Elas reúne a diversidade feminina em SP para combater a cultura do estupro

Contra a cultura do estupro, as secundaristas Mirela Zanetti,14, Amanda Dicker, 14, e Jaqueline Leite, 15, integraram o II Grande Ato Por Todas Elas, que tomou a Av. Paulista na noite dessa quarta-feira (8/6). Empunhando cartazes em protesto ao machismo, as meninas compunham a linha de frente da passeata que teve seu início no Vão Livre do MASP e caminhou até a Praça Roosevelt, região central da cidade.

Assim como no primeiro evento, a diversidade predominou no II Grande Ato. Crianças, jovens, idosas, universitárias, secundaristas, mães e trabalhadoras, com as mãos entrelaçadas, numa grande ciranda, cantavam: “Companheira me ajude, que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”. Ao longo de todo percurso, palavras de ordem como “Fora Temer” e “Nem recatada e nem do lar, a mulherada tá na rua pra lutar!” eram gritadas.

NÃO À CULTURA DO ESTUPRO

Nas últimas semanas, casos como o do MC Biel e o estupro de uma adolescente de 16 anos têm chamado atenção para emergência de discutir a reprodução do machismo nos discursos públicos. Diante de tudo isso, mulheres tem se mobilizado e ocupado as ruas para alertar a sociedade de que há um conjunto de comportamentos enraizados em nossa cultura que permite e incentiva o desrespeito ao corpo e à imagem feminina.

Para a secundarista Jaqueline Leite, “cultura do estupro é não poder andar na rua sem medo de alguém me assediar!”, simplificou. A estudante e amiga Mirela Zanetti acrescenta que “além de violência, essa cultura é também ficar calado diante de situações absurdas. Ao estar calado, ao não se manifestar, você já está colaborando silenciosamente com a cultura do estupro”, enfatizou.

A estudante Amanda Dicker relembrou a importância de introduzir assuntos como o feminismo nas salas de aula. “Temos que começar desde pequenos, porque, quando éramos menores, víamos apenas cartazes de bullying na escola, mas não víamos nada sobre feminismo, não sabíamos o que era. Graças às meninas mais velhas do ensino médio, soubemos o que significa e pelo o que temos de lutar. Precisa vir desde cedo, professores e a escola são formadores de opinião”, concluiu. A amiga de escola Jaqueline confirmou: “Na nossa escola, nós temos o movimento feminista e isso nos uniu muito. Antes nos ofendíamos e hoje nos chamamos de irmãs, é algo muito importante! Foi assim que entendi tudo o que errei e amadureci muito com o feminismo”, contou.