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“O período é de enfrentamento ao governador Beto Richa, em defesa da democracia e pelo ForaCunha”

Nos últimos dias 28 e 29 de novembro, aconteceu o 52º Congresso da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), em Pontal do Paraná. Cerca de 500 jovens de todo o estado estiveram reunidos para deliberar as pautas do próximo período que serão encabeçadas pelo movimento estudantil.

Com apenas 17 anos, cursando o pré-vestibular, Matheus dos Santos foi eleito o novo presidente da entidade. Ele, que participou da greve dos professores e foi uma das vítimas do violento ataque promovido pelo governador contra os estudantes e professores, conta em entrevista ao site da UBES sobre o cenário de disputas e acentua a bandeira contra a tentativa de impeachment e o sucateamento da educação.

“SE FECHAR A GENTE OCUPA”

A exemplo do que está acontecendo em São Paulo, o estudante conta que a UPES planeja ocupar escolas estaduais como forma de resistência aos ataques do governador Beto Richa (PSDB) que ameaçou fechar ao menos 150 escolas estaduais em 2016. Recém-eleito, o jovem é enfático: “Se fechar a gente ocupa”. Confira na íntegra.

UBES: O 54º Congresso da UPES aconteceu após uma gestão marcada por muita luta dos estudantes que, ao lado dos professores, enfrentaram um verdadeiro massacre manobrado pelo governador do Estado, Beto Richa (PSDB). Qual a sua perspectiva para o próximo período?

Matheus dos Santos: Quando a greve foi instalada eu participei do acampamento dos professores e das duas ocupações da assembleia legislativa [que protestavam contra um pacote de medidas]. A UPES e a UBES ocuparam a linha de frente, quando no dia 29 de abril, a educação paranaense sofreu seu maior ataque. Em um cenário de guerra desesperador, foram duas horas de bombardeio, mas não recuamos e estamos em alerta.

Sabemos da ameaça de fechamento de 150 escolas, Beto Richa nega, mas há relatos em todo estado de transferências e impedimento de matrículas. Se fechar alguma escola ou turma, nós vamos ocupar. Saímos com muita unidade do Congresso da UPES, de maneira plural e com pautas unificadas. O retrocesso não passará!

U: Você presidiu um dos principais grêmios do Paraná no Colégio Cataratas do Iguaçu. Agora, à frente da entidade estadual, o que muda e quais são as pautas certamente encabeçadas pela UPES?

M.S: Participei mais de dois anos do grêmio e fui presidente, sempre na luta contra o sucateamento. Agora, estamos com a rede do estado ativa, unidos aos estudantes, pais, uniões municipais e trabalhadores que não esquecerão a política de violência, precarização e sucateamento do governo contra o ensino. O período é de enfrentamento ao governador Beto Richa, em defesa da democracia, contra o impeachment e pelo ForaCunha.

A disputa judicial pela retomada da sede histórica da UPES, em Curitiba, marcou os últimos anos com atos e até acampamento no terreno que durou 136 dias. Como está a situação da Casa dos Estudantes atualmente e qual é a perspectiva para sua retomada?

Fizemos um acampamento em defesa da nossa história e contra a especulação imobiliária e conquistamos o direito de construir, mas não está no nome da UPES ainda. Com a regulamentação das carteiras estudantis também teremos fonte de recursos para reerguer a nossa sede. O terreno é símbolo de luta, a nossa intenção é construir até o fim de 2016.

Como foi receber na última terça-feira (8), a notícia que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin – que atuou na UPES nos anos da ditadura militar -, determinou a suspensão da formação e a instalação da comissão especial que irá analisar o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados?

Tem uma galera nova que não sabe o que foi a falta de democracia no Brasil, mas esse é um bom momento de relembra e motivar ainda mais a luta contra qualquer tentativa de golpe. Os estudantes já se posicionaram contra o impeachment, estamos em defesa da democracia e dá muito orgulho ver que a UPES foi e é uma escola para muitas pessoas, grandes nomes que hoje instigam nós jovens a continuar lutando.