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Primavera Secundarista: a luta de quem ocupa as escolas do Brasil

A luta pela educação pública de qualidade permanece sendo o principal combustível para os secundaristas que já ocupam escolas em seis estados (Ceará, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo). A reportagem da UBES conversou com alguns dos ocupantes que resistem pressionando pela investigação de inúmeras denúncias de desvios de verbas e contra o sucateamento do ensino.

No Rio Grande do Sul, o sentimento de resistência tem tomado conta dos 128 colégios ocupados em todo estado. A luta secundarista é fortalecida pelos profissionais da educação que estão em greve há 15 dias.

No Paraná, há 3 escolas ocupadas, em Maringá.  Apesar de morar há 13 Km da cidade, o secundarista de apenas 16 anos, Caio Granero, conta que, assim como ele, jovens de diversas regiões do estado vão diariamente às ocupações fortalecer o movimento.

“Em todo estado, falta merenda, faltam professores. Enquanto isso, escolas fantasmas e desvios de verba são investigados na Operação Quadro Negro. É surpreende a vontade dos estudantes, nos colocamos contra a clara tentativa de sucateamento do governo que tenta privatizar a educação e instalar um projeto neoliberal”, conta Caio.

No Mato Grosso, onde os professores estaduais decidiram entrar em greve a partir de 30 de maio, os estudantes ocuparam a Escola Estadual Elmaz Gattas Monteiro, na região metropolitana de Cuiabá. Eles reivindicam contra a ameaça de privatização de 76 escolas estaduais e 15 Centros de Formação e Aperfeiçoamento Profissional (Cefapros).

A repressão policial sem autorização judicial marca a resistência das escolas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em São Paulo, onde a Primavera Secundarista atingiu seu ponto alto durante a ocupação da Assembleia Legislativa, concentrando na luta pela CPI da merenda que com a pressão secundarista se encaminha para abertura da investigação na Casa.

No Rio de Janeiro, onde os professores estão em greve desde 2 de março, há mais de 60 escolas ocupadas. A dura pressão do governo tenta dividir o movimento estudantil e truculência policial com reintegrações violentas.

No Ceará, 60 escolas permanecem ocupadas, mas não apenas. Manifestações de rua, atos e cadeiraços também compõem a série de atividades dos estudantes que exigem respostas emergenciais. Os professores em greve desde último dia 25 de abril dão apoio às ocupações.

Para o diretor de grêmio do colégio Polivalente de Juazeiro do Norte, Arthur Brito, no coração de quem ocupa as escolas do nordeste também está a resistência ao medo da repressão. “Além de defender a educação, estamos combatendo o velho coronelismo que assombra o nosso estado desde sempre e reflete a tentativa de sucatear nosso ensino, mas nunca matará nossa Primavera”, destacou.