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42º CONUBES mostra que lugar de jovem é na política

“Eu tinha 15 anos quando o voto a partir dos 16 anos foi liberado. Fui um dos primeiros na fila do cartório eleitoral.” Os olhos de Alexandre Conceição brilhavam enquanto falava para uma centena de adolescentes com esta idade, quase 30 anos depois, nesta quinta (30/11). Hoje coordenador do MST, ele tentava explicar o que aprendeu bem jovem, em Pernambuco: “Pude entrar na escola aos 10 anos. Só então conheci o mundo. E percebi que o mundo podia ser mudado”.

Alexandre participava da mesa “Diretas Já e a Campanha Se Liga 16”, do 42º Congresso da UBES, em Goiânia. Também eram convidados Josué Rocha, do MTST, Carina Vitral, presidenta da UJS, Moara Correa, da executiva nacional do PT, e Antônio Altenir, do jornal A Verdade.

Todos falaram da importância da mobilização da juventude dessa geração no Brasil, que enfrenta um golpe contra a democracia. Eles concordam que a saída de Dilma Rousseff da presidência da República representou uma ruptura da democracia, e não uma luta contra a corrupção. “Quem disse que o impeachment era contra corrupção caiu do cavalo muito rápido. Não dá pra combater colocando uma quadrilha no poder. O objetivo era acabar com avanços sociais de quase um século”, afirmou Josué, do MTST.

Alexandre Conceição, do MST: “Eu tinha 15 anos quando o voto a partir dos 16 anos foi liberado. Fui um dos primeiros na fila do cartório eleitoral.”

 

Josué Rocha, do MTST: “Não dá para combater colocando uma quadrilha no poder”.

Não existe espaço vazio

Na opinião de Carina Vitral, a participação na política é o único caminho para tirar o espaço de corruptos e de representantes apenas da elite, que hoje dominam o Congresso mais retrógrado da história brasileira. “Continuam os mesmos do lado de lá. Os interesses não são o da população. O Congresso não representa a população e a diversidade brasileira”, afirmou.

Carina Vitral: “O Congresso Nacional não representa os interesses da população e a diversidade brasileira”.

Moara Correa: “Se não ocuparmos os espaços da política, a elite vai continuar ocupando”.

A representante do PT Moara Correa reforçou que a descrença na política, depois de tudo que aconteceu, só abre mais lugar para as desigualdades. “Não existe espaço vazio! Alguém vai ocupar. Falar da campanha ‘Se Liga, 16’ não é falar só em votar, mas ser votado, participar. Vamos construir candidaturas feministas, negras, periféricas, que tenham nossa cara e nosso jeito de fazer política”, convocou.

O Congresso da UBES segue até este sábado (2) na Praça Universitária e na Arena Goiânia. Acompanhe ao vivo pela página da UBES no Facebook.

Por Natália Pesciotta, de Goiânia
Fotos: Nilmar Lage