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Estudantes se mobilizam contra desmonte na educação do Rio de Janeiro

Salas superlotadas, falta de merenda, infraestrutura sucateada e ausência de professores. Isso resume o início do ano letivo no estado do Rio de Janeiro. Desde o primeiro dia de aula, os estudantes cariocas lidam com uma política de educação deplorável nas escolas públicas.

Em protesto ao descaso com que o Governo do Estado vem tratando a situação, estudantes, pais, professores e funcionários públicos realizam mais um ato contra o desmonte dos serviços públicos nesta quarta-feira (2). A concentração da manifestação ocorre a partir das 13h, na Cinelândia, de onde os secundaristas partem em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) com o objetivo de unir forças aos docentes e demais servidores.

“A educação do Rio está lidando com o descaso do governo. Há uma confusão para saber qual instituição receberá merenda. Os professores e funcionários estão com salários atrasados. As verbas para investir na estrutura básica não chegam. Realmente a situação é extremamente preocupante”, afirma Isabela Queiroz, presidenta da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (Ames).

Durante o ato, está prevista a deflagração de greve por parte dos funcionários públicos da educação. Em apoio à luta dos professores, os estudantes criaram um evento no Facebook chamado #TireSeuPezãoDaMinhaEducação. O nome escolhido faz menção ao atual Governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, que é o responsável pela falta de investimentos no setor.

De acordo com os estudantes, a ausência de investimento é resultado de uma gestão que não prioriza o futuro do Brasil e busca mascarar a realidade do estado para agradar os turistas que vêm acompanhar as Olímpiadas em agosto deste ano.

“O nosso governador subsidia a SuperVia em 40 milhões de reais e encobre os problemas da cidade com projetos banais para tentar atender as Olimpíadas. Os jogos olímpicos deveriam ser um saldo positivo para o Rio, com o objetivo de estimular a economia do Brasil, mas infelizmente estão deixando um legado negativo, já que a educação, que é o futuro do Brasil está ainda mais sucateada.  A verdade é que educação não é prioridade para o nosso governador”, conta Isabela.

 

NÃO ESTÁ NADA NORMAL NA FAETEC

As escolas técnicas do estado do Rio de Janeiro também estão em crise. Os estudantes denunciam falta de merenda, papel para fazer provas e até de papel higiênico. Além disso, afirmam que a demissão de funcionários terceirizados prejudica o funcionamento da escola.

Na última semana, muita das instituições técnicas receberam quase diariamente algum tipo de intervenção por parte dos secundaristas, como forma de protestar contra a atual situação da rede.

A Escola Técnica Estadual República (Eter), por exemplo, realizou um “abraçaço” no prédio no dia 22, contra os problemas com a merenda e a qualidade do ensino.

“Queremos bandejão aberto e com comida de qualidade, queremos lanche na validade em todas as unidades da Faetec, queremos prioridade na educação do governo do estado. Chega de descaso!”, escreveu o Grêmio da Instituição nas redes sociais.

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Estudantes realizam abraço coletivo em torno da Escola Técnica Estadual República (Eter).