Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

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As mulheres que não querem flores, querem luta!

Emocionadas com as palavras de ordem que ecoavam no vão livre do Masp, durante a concentração do ato que começou no fim de tarde desta terça-feira (8), as universitárias Mariana Borges, 18, e Fernanda Fontes, 19, contam que hoje foi dia de sair da sala de aula e ocupar as ruas. “Não estamos sozinhas na jornada, sabemos que a rua é a mudança”, declarou Fernanda.

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SECUNDARISTAS NA LINHA DE FRENTE

Com entusiasmo, a secundarista Cecília Godói, 14, e a colega Luiza Bistane, 15, contam como é participar pela primeira vez de uma passeata que comemora o Dia Internacional de Lutas das Mulheres.

“É incrível ver as mulheres comandando o carro de som, um exemplo para essa nova geração de feministas que está nascendo. Vou aproveitar essa experiência incrível, esse será o tema do meu trabalho de inglês”, comenta Luiza.

 

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AS QUE VIERAM ANTES DE NÓS

Cercada de placas e cartazes, a jovem Rafaela Mendes, 29, ressalta a importância de grandes mulheres que lutaram pela democracia durante a ditadura militar brasileira.

“Estou na rua pela vida das mulheres, contra a violência e a retirada de direitos. Para isso, nada melhor do que vir à marcha relembrando grandes heroínas que enfrentaram a ditadura”.

 

 

PERIFERIA EM LUTA!

Representando as mulheres da periferia da zona sul de São Paulo, Maria Cristina, da União Popular de Mulheres do Campo Limpo, fala que ocupar as ruas é caminhar além. “As mulheres querem resgatar a sua autoestima, sair da beira do fogão e do tanque. Vim dar meu recado, tem um mundo de possibilidades lá fora e nós queremos descobrir”, disse defendendo o empoderamento feminino.

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Segurando sua bandeira e mostrando com orgulho a camiseta lilás da Marcha Mundial das Mulheres, a trabalhadora Marli Aguiar falou sobre o enfrentamento da sociedade patriarcal. “Estar aqui é mostrar nossa capacidade de organização, símbolo da resistência das mulheres negras, que sustentam suas casas e vivem nas periferias. Nosso lugar não é na cozinha, é na linha de frente decidindo os rumos do país”, enfatizou.

 

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Mesmo com tempo de chuva, o ato em São Paulo contou com mulheres de todas as idades. Jovens, crianças, idosas e cadeirantes se empenharam em somar suas vozes na manifestação, como fez Maiane Viena, da Frente de Luta por Moradia (FLM). A dona de casa não hesitou e trouxe sua filha de apenas um ano, Anny Cecily, para a marcha. “É a melhor maneira de obter respeito e buscar nossos direitos, por isso ela veio comigo, para aprender desde cedo”.

 

Fotos: Débora Neves
Texto: Suevelin Cinti.