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5º grande ato contra o aumento novamente é impedido de seguir pela PM em SP

Nem o clima tenso provocado pelo cerco policial no Terminal Parque Dom Pedro, local escolhido para o 5º grande ato contra o aumento da tarifa, intimidou os milhares de manifestantes que se reuniram novamente na tarde desta quinta-feira (21).

A concentração demorou bastante a sair. O Movimento Passe Livre (MPL) negociava o tempo todo com a polícia militar que tentava impedir o trajeto já divulgado antes mesmo do início da passeata. Contudo, uma assembleia realizada pelos participantes decidiu que independente da posição da PM a marcha manteria o trajeto original com destino final na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

“O clima de insegurança acontece por causa da polícia. Querem impedir o nosso ato de seguir. A manifestação é um direito e resistiremos nas ruas. Seguiremos lutando contra o aumento e pelo passe livre irrestrito a todos os estudantes”, destacou o diretor de comunicação da UNE, Mateus Weber.

Após muita resistência da polícia, o ato conseguiu deixar o Terminal Parque Dom Pedro e tomou as ruas do Centro em direção da Praça da República, onde a PM impôs que o ato terminasse.

Assim como no 2º grande ato que aconteceu semana passada, quanto a PM sufocou e não deixou nem mesmo o ato sair da Av. Paulista, desta vez um paredão de policiais do choque impediu a passagem dos manifestantes e com bombas de gás e tiros de bala de borracha dispersaram o protesto. Várias pessoas ficaram feridas.

#3e80NÃO

Desde o dia 8 de janeiro, quando ocorreu o 1º ato, milhares de pessoas estão nas ruas contra o aumento da tarifa em São Paulo. De R$3,50, o valor subiu para R$3,80.

A estudante do ensino médio, Nicole Lemos (16), moradora da Jova Rural na periferia da zona Norte estava lá e afirmou que a cota de 24 viagens do passe-estudantil não é suficiente. “O estudante tem que sair para fazer outras coisas a não ser estudar e R$3,80 não tem como a gente pagar”, afirmou.

A operadora de telemarketing e usuária do metrô, Raquel Coelho (32), concorda. Ela ressaltou que o novo valor deixa o trabalhador cada vez mais pobre. Mesmo com medo da truculência da PM e embora tenha trabalhado o dia todo, não pôde deixar de comparecer e se unir à luta. ‘’R$3,80 é muito caro. Acaba tirando o dinheiro que teríamos para gastar com outras coisas’’, disse.

Quanto à tensão gerada por conta do trajeto, Raquel foi enfática. ‘’Eu tenho acompanhado todas a manifestações e sou testemunha a violência parte da própria polícia’’.

Também presente,  Ariel de Castro Alves, coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, diz que a participação do movimento é para intimidar a violência. ‘’ Temos uma polícia militar extremamente repressora, violenta e que parte para cima das piores formas possíveis, como já vimos em diversas manifestações. Estamos aqui  para intimidar essa violência, juntamente com outros advogados, promotores, representantes da auditoria de polícia. Nossa participação é para tentar proteger, mas nós também estamos sujeitos, porque a polícia é tão truculenta que qualquer um de nós está sujeito a ser vítima’’, observou.