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Terrorismo nas escolas de Osasco

Enquanto a mídia tenta criminalizar as ocupações das escolas, os estudantes que ocupam a Escola Estadual Coronel Antônio Paiva de Sampaio, em Osasco, já sentem na pele a estratégia de “guerra” do governo, como dito em áudio vazado nessa semana.

Nesta segunda-feira (1º), logo após a Diretoria de Ensino de Osasco convocar a comunidade escolar para uma reunião de incentivo à desocupação da unidade, pessoas não identificadas invadiram a ocupação. Segundo relato dos estudantes, às 15hs, esse grupo entrou na escola, quebrando e furtando materiais.

O advogado Flávio Bezerra mora em Osasco e desde o início das ocupações na cidade tem prestado apoio aos estudantes no esclarecimento de dúvidas. Ele conta que recebeu o chamado dos secundaristas quando a PM iniciou o ataque com bombas no lado externo da unidade de ensino para amedrontar os ocupantes.

“Por volta das 18hs recebi o pedido de ajuda dos estudantes que estavam amedrontados, quando eles saíram da unidade. Consegui entrar com mais duas advogadas às 20hs, quando eles realizavam uma assembleia que decidiu pela retomada da ocupação, porém às 21hs, sofreram um novo ataque”, relata.

Flávio conta que pessoas armadas invadiram a escola pelas entradas laterais, quando a biblioteca começou a pegar fogo. “Dois ou três alunos entraram para tentar apagar, mas um deles se feriu e outro desmaiou. Eu mesmo entrei para ajudar no socorro, enquanto a polícia ficou do lado de fora, inerte”, conta.

Há relatos de que pelo menos dez celulares foram roubados. A autoria do ato permanece anônima. Após a ação de vandalismo, os estudantes desocuparam o prédio.

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TÁTICA DE GUERRILHA

Em reunião com dirigentes de ensino, o chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Fernando Padula Novaes, braço direito do secretário Herman Voorwald, afirmou que é preciso organizar “ações de guerra”. Ele afirmou que existe a necessidade de adotar “tática de guerrilha” para acabar com o movimento.

Na gravação, o chefe de gabinete repete inúmeras vezes que todos ali estão “em uma guerra”. “A gente vai brigar até o fim e vamos ganhar e vamos desmoralizar [quem está lutando contra a reorganização]”, afirmou.