Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

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GOIÁS EM LUTA! ESTUDANTES OCUPAM ESCOLAS CONTRA PRIVATIZAÇÃO

Os estudantes de Goiás também estão vivendo a “Primavera Secundarista”, desde o dia 9 de dezembro eles iniciaram uma luta contra o governo do Estado que ameaça privatizar a educação estadual e militarizar o ensino. Sem diálogo, assim como aconteceu em São Paulo, a única alternativa foi ocupar as escolas em forma de protesto. Nesta terça-feira (15), já são dez unidades ocupadas nos municípios de Anápolis, Aparecida de Goiânia e na capital.

Com apoio dos professores, as ocupações repudiam a ação da administração estadual que, sem nenhum esclarecimento à comunidade escolar, decretou a abertura de inscrições para que Organizações Sociais (OSs) interessadas nas gestões de escolas concorram à contratação. A intenção do governo é privatizar, para que no próximo ano, as entidades escolhidas assumam a rede estadual com o poder de fazer reformas sem a exigência de licitações e contratar professores por regime de Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).

Nesta semana, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Goiás (Sintego) protocolou representação no Ministério Público questionando a contratação. “Trará um prejuízo irreparável para Goiás, teremos escolas militarizadas, terceirizadas e as outras das periferias ficarão abandonadas, sem receber recursos e autonomia para administrar. Todas as experiências de terceirização de escolas no Brasil foram infrutíferas e quem vai acabar pagando as consequências será a sociedade”, denuncia a presidente da Sintego, Bia de Lima.

OCUPAÇÕES RESISTEM CONTRA REPRESSÃO

Em entrevista ao jornal  O Popular, a estudante Bárbara Ketrin, que integra a ocupação do Colégio Cecília Meirelles, em Aparecida de Goiânia, conta que a Polícia Militar tenta intimidar a ação dos estudantes. “A PM além de estar presente na porta das escolas, impede a entrada de estudantes”, disse. Depois de cercar o prédio por mais de doze horas, a polícia agrediu dois alunos menores que foram recolher doações.

Em contato com a Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente da OAB, a UBES foi informada que um grupo de advogados solidários acompanha as ocupações, e que os policiais agressores já foram identificados e responderão pela violência cometida. “Como fizemos desde o início, continuaremos acompanhando e prestando auxílio aos estudantes”, disse o presidente da Comissão, André Dias.

Publicações da página Secundaristas em luta, que acompanha as ocupações, alegam que a SEDUCE determinou o corte de energia como estratégia para enfraquecer o movimento, “Além da covardia, a ação é uma quebra do acordo feito com a polícia diante do Conselho Tutelar, OAB e advogados de que a polícia não iria usar de violência contra os estudantes”, diz em trecho.

REINTEGRAÇÃO DE POSSE É NEGADA

Na tarde desta terça-feira, o Tribunal de Justiça de Goiás negou o pedido de reintegração de posse, considerando que objetivo dos alunos e docentes é “trazer à tona essa discussão”, acerca da terceirização e que “transformar o movimento de ocupação das escolas em questão jurídica é uma forma incorreta de compreender a dimensão do problema”.

O site da UBES recebeu informações de estudantes que estão dentro das ocupações e seguem sendo ameaçados. Um secundarista que pediu para não ser identificado, disse que há rumores de que a polícia tentaria invadir as escolas, implantar provas, forçar a vistoria e incriminar o movimento. Direções escolares também tentam reprimir, como no Colégio Robinho Martins de Azevedo, ocupado desde o dia 10, onde os alunos são ameaçados de reprovação.

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!

“A UBES declara seu apoio às ocupações das escolas de Goiás, pois medidas em formato de decreto não visam diálogo, elas são imposições autoritárias que não correspondem à construção da Nova Escola que queremos. A decisão dos estudantes, pais e professores são essenciais para construção da gestão democrática, ocuparemos, resistiremos e não abriremos mão da educação pública e de qualidade”, declara a presidenta Camila Lanes.