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Escola do Grande ABC permanece combativa contra reorganização

As escolas da cidade de São Paulo vem sendo ocupadas há mais de uma semana por estudantes que se posicionam contra a reorganização determinada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A proposta prevê o fechamento de 94 escolas e o remanejamento de diversos secundaristas para instituições distante de suas casas.

Em solidariedade as escolas que serão fechadas e contra o remanejamento que acarretaria na superlotação de salas, os secundaristas da Escola Estadual Américo Brasiliense, localizada em Santo André no ABC, ocuparam a instituição de ensino na última terça-feira (17). “Hoje nossa escola tem de 50 a 60 alunos por sala, o ensino já não é fácil com essa quantidade de pessoas dentro de um mesmo espaço, imagina se vierem estudantes de outras escolas para cá”, afirma a secundarista Gabrielli Andrade, 16.

A organização dos estudantes acontece por intermédio de assembleias que ocorrem diariamente, com muita unidade eles se dividiram em cinco grupos para manter a ocupação fortalecida, são eles: segurança, alimentação, cultura, limpeza e comunicação. “Estamos limpando as coisas dentro da escola. Cuidando do patrimônio que também é nosso”, diz a estudante Eduarda Luz, 15.

Dentro das dependências da instituição, os estudantes estão apenas ocupando salas de aula, refeitório, cozinha e pátio. Espaços como diretoria, secretária e salas dos professores foram restrita por decisão em assembleia para não causar prejuízos. “Nenhuma sala onde tem documento está sendo acessada por nós, isso foi decidido em conjunto para evitar qualquer tipo de problema”, explica Eduarda.

De acordo com os estudantes a comunidade ao redor da escola como pais, professores, moradores e fundações estão apoiando a causa e os auxiliando com doações de alimentos. Pessoas relacionadas à cultura tem realizado atividades como teatro e malabarismo dentro da instituição para entreter os estudantes. Além disso, debates, principalmente sobre a atual situação das escolas públicas estão acontecendo entre os secundaristas.

“Tem pessoas indo e vindo de todo os lugares, os moradores e os coletivos tem ajudado bastante a gente. O mais massa é que está tendo muita unidade, comprometimento e organização”, relata, Jéssica Lawane, diretora da UBES.

Os estudantes afirmam que permaneceram combativos e ocupando cada vez mais escolas até que a proposta de reorganização seja derrubada. “A ideia é ocupar até ter vitória concreta. Estando em solidariedade às escolas que vai fechar. O Américo não vai fechar mais vai haver uma superlotação”, informa, Jéssica.