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Mostra Científica na Bienal da UNE: as mulheres à frente da pesquisa brasileira

A Mostra Científica acontecerá dentro da Bienal da UNE, nos dias 2, 3 e 4 de fevereiro. Esta edição conta com cerca de 450 trabalhos inscritos de todos os estados brasileiros, e dentre eles, temos 250 projetos desenvolvidos por mulheres! 

É isso mesmo! Mais da metade das inscrições foram realizadas por mulheres cientistas! E podemos dizer: que orgulho poder presenciar isso!

A Mostra Científica está sendo organizada pela Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), que integra a Bienal da UNE, e acontecerá na Fundição Progresso. “A Ciência tem um papel fundamental para a reconstrução do Brasil e o nosso evento é um recorte de todo o potencial dos (as) jovens cientistas”, conta Vinícius Soares, presidente da entidade. 

Presença das mulheres na Ciência

Para a Mostra Científica, foram recebidos em torno de 450 trabalhos de todos os estados brasileiros. As escolas e universidades públicas representam 90% das inscrições; 10% são de particulares. E a participação das mulheres representa 56% do total, sendo 250 trabalhos.  

A forte presença feminina não surpreende. De acordo com o CNPq, as mulheres constituem 43,7% dos pesquisadores científicos no Brasil. Ainda segundo um relatório da Elsevier, intitulado “A jornada do pesquisador através de lentes de gênero”, de 2020, que inclui 14 países, além do Brasil, a participação feminina nas ciências aumenta a cada ano. Mas ainda existe uma desigualdade quando o assunto são publicações, citações, bolsas concedidas e colaborações. 

“A participação da maioria das mulheres na Mostra deste ano reflete o que estamos vendo em nossas escolas, institutos, universidades e laboratórios”, explica Priscila Duarte, coordenadora da Mostra e diretora da ANPG.

Vamos conferir alguns destaques do poder feminino na Mostra Científica:

Ana Fernanda Monteiro Santos

Universidade Federal do Maranhão

Pesquisa: OCUPAÇÃO IRREGULAR DO MANGUE NA REGIÃO DA VILA JUMENTO: IMPACTOS E CONSEQUÊNCIAS

Ana tem 25 anos e conta que escolheu participar da Bienal para se aproximar mais de eventos acadêmicos. “Estar na mostra me aproxima do meu lado científico e me impulsiona a continuar estudando essas áreas que sofrem grande impacto a cada ano que passa. Pretendo, sim, continuar na carreira científica”.

Gabriela dos Santos Ross

Aluna de graduação na Unicesumar em Maringá-PR

Pesquisa: A EXPERIÊNCIA ESCOLAR DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO REGULAR REMOTO

Gabriela tem 22 anos, e comentou sobre a sua participação na Bienal e a escolha do seu tema: “Escolhi pesquisar sobre esse tema quando descobri o que era o capacitismo, consumindo conteúdos criados por pessoas com deficiência na Internet. Como pessoa sem deficiência, me causou um grande incômodo reconhecer a invisibilidade dessa questão nas discussões ao meu redor, dentro e fora da instituição. (…)”, conta Gabriela. 

Gabriela ainda comentou sobre o seu lugar como mulher cientista: “Acho que cada vez mais as mulheres têm encontrado incentivo para se tornarem pesquisadoras, mas isso ainda não acontece em todas as instituições de ensino, por isso precisamos continuar fazendo e falando sobre ciência umas com as outras. É um privilégio poder me inspirar em grandes mulheres como referências de pesquisa, como a Prof. Dra. Letícia Vier Machado, que tem me orientado nos últimos anos”.

Miriam Reyes Ortiz

Universidade atual: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), no programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, FCM.

Pesquisa: A Hanseníase, uma doença tropical desatendida presente no Brasil: perspectiva ecológica e de saúde

Miriam tem 32 anos e contou que foi convidada a participar de projetos, que originaram o tema que será apresentado: “Fui convidada por alguns pesquisadores para participar de um projeto para desenvolver uma pesquisa aplicada que pudesse ajudar na tomada de decisões de cunho em saúde pública no Brasil.(…) Às vezes nem todas as pesquisas podem ser aplicadas direta ou indiretamente na sociedade e com este projeto acho que tenho a oportunidade de contribuir com meu grão de areia.(…)”

Miriam ainda comentou sobre a participação no mundo da Ciência: “Ser mulher na ciência é esgotador, duro, e muitas vezes exige uma luta ou precisa fazer o dobro de esforço para ser ouvida e levada a sério.”

Danieli do Nascimento Dalla Vecchia

Instituto Federal de Santa Catarina Campus Chapecó/ Curso técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio

Pesquisa: INCLUSÃO DIGITAL DE AUTISTAS POR MEIO DA INFORMÁTICA

Danieli é a mais nova dos destaques, apenas 18 anos, mas já quis participar ativamente do mundo científico: “A escolha do tema foi a partir de um edital de protagonismo discente que o IFSC lançou. A equipe viu ali uma oportunidade de unir o que já conhecíamos por meio do curso – o Arduino, que serve para prototipagem eletrônica (robótica) – com um grupo social pouco explorado pela sociedade – adolescentes com autismo. Tanto a equipe da AMA quanto a equipe do IFSC sabiam que seria um desafio, mas nos unimos para proporcionar aos alunos uma experiência divertida e de muitos aprendizados”

Danieli ainda acreita que a Bienal será “uma experiência única”, na qual poderá mostrar não somente o projeto para estudantes do país todo, mas também que a ciência é inclusiva e faz parte do dia a dia das pessoas. 

DNA da REBELDIA – O trabalho de Danieli integra o DNA da REBELDIA, movimento promovido pela UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas). Essa iniciativa formada por jovens de vários estados visa trocar, incentivar e fortalecer as manifestações artísticas e científicas de estudantes secundaristas, que vão ao encontro do propósito da Bienal da UNE.

 Informações sobre a Bienal

A 13ª edição da Bienal da UNE, maior festival estudantil da América Latina, será realizada na cidade do Rio de Janeiro, na Fundição Progresso e Arcos da Lapa, entre os dias 2 e 5 de fevereiro.

Sob o tema “Um Rio Chamado Brasil – Afluentes da Reconstrução”, o festival receberá trabalhos produzidos por estudantes de todo o Brasil, nas áreas de artes do corpo, artes visuais, audiovisual, fotografia, literatura e música, além da mostra científica.

A Bienal da UNE é um festival de cultura, arte, ciência e tecnologia que mapeia, conecta e apresenta o que de mais interessante tem sido produzido dentro e fora das universidades brasileiras. É considerado o maior encontro estudantil da América Latina, reunindo cerca de 15 mil estudantes por edição. É realizado em conjunto com a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), a ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) e a OCLAE (Organização Continental Latino Americana e Caribenha dos Estudantes).

Será aberto para o público assistir. Confira mais aqui!


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