15M: Estudantes vão às ruas em ato nacional contra o Novo Ensino Médio (NEM)

No dia 15 de março mais de 150 mil estudantes de todo o país se reuniram no Ato Nacional Contra o Novo Ensino Médio, organizado pela UBES em parceria com outras entidades estudantis e movimentos sociais.

Reivindicaram a revogação imediata da reforma do ensino médio, que começou a ser implementada em 2022 e, como sabemos, é um retrocesso e pode afetar permanentemente a educação brasileira e o desenvolvimento dos jovens.

Ao todo o ato aconteceu em mais de 50 municípios do Brasil, entre capitais e cidades do interior. Em São Paulo, os estudantes se reuniram às 8h da manhã na Avenida Paulista e seguiram em direção à Secretaria Estadual de Educação. Carregando faixas e cartazes, os estudantes pediram pela educação e pela revogação da Lei.

O ato também contou com a participação de estudantes indígenas e quilombolas, que denunciaram a exclusão de suas culturas e tradições no novo ensino médio. Além disso, os alunos reivindicaram uma educação mais inclusiva e democrática, com a valorização da arte, cultura e ciência.

Com o ato os manifestantes demonstraram a força da mobilização estudantil em defesa da educação pública e de qualidade. A entidade afirmou que continuará lutando pela revogação do novo ensino médio e pela construção de uma proposta educacional mais participativa e democrática.

O governo se pronunciou, ainda em meio às manifestações, e o ministro da Educação e citou a consulta pública aberta pelo MEC na primeira semana de março, para avaliação e reestruturação da política nacional de ensino médio, com o objetivo de abrir o diálogo com todos os interessados.

A portaria foi publicada no dia 09, no Diário Oficial da União e dá prazo de 90 dias para as manifestações, com possibilidade de prorrogação, mas, diante da mobilização crescente em todo o país, é possível que a revogação do novo ensino médio se torne uma demanda cada vez mais forte na pauta política brasileira.

#RevogaNovoEnsinoMédio

A revogação da Lei do novo ensino médio é imprescindível para a garantia de uma educação de qualidade e democrática no Brasil. A ausência de uma discussão ampla com a sociedade durante sua implementação em 2022 evidenciou a falta de diálogo e participação dos principais interessados: estudantes, professores e demais profissionais da educação.

Desde sua promulgação em 2017 pelo governo Temer, a medida tem sido criticada por diversos setores da sociedade, especialmente pela falta de consulta aos estudantes e profissionais da educação, e pelo desmonte das disciplinas essenciais de formação.

As críticas se estendem à redução das disciplinas de ciências básicas, à ênfase em matérias pouco complexas e à escassa oferta de opções de áreas do conhecimento. A revogação da Lei é fundamental para construir uma educação inclusiva, participativa e democrática.

O debate deve ser aprofundado com a participação efetiva de todos os atores envolvidos para que sejam definidas estratégias efetivas de melhoria do ensino médio no país. A revogação é um primeiro passo nessa direção.