Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

UBES convoca Seminário Nacional de Educação
15 de May de 2018
UBES divulga identidade visual de seu Seminário Nacional de Educação
17 de May de 2018
Mostrar todos os posts

Como combater a LGBTfobia nas escolas?

No ano de 2016, 60% dos estudantes LGBT do Brasil se sentiram inseguros na sua própria escola devido a sua sexualidade, segundo a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional. Ainda de acordo com a pesquisa, 73% foram agredidos verbalmente e 36% fisicamente em razão desse preconceito. Orientação sexual e identidade de gênero não devem ser motivos para humilhar ninguém e as violências lgbtfóbicas devem ser combatidas no ambiente escolar.

Escola não é lugar de preconceito. Pelo contrário, é onde os estudantes devem aprender a conviver com as diferenças. Miriam Abramovay, coordenadora da área de juventude e políticas públicas da FLACSO (Faculdade Latino-Americana de CIências Sociais), diz que as escolas ainda não levam em consideração casos de LGBTfobia, pensando ser apenas uma “brincadeira” ou algo inofensivo: “A realidade é que elas não sabem como tratar o tema, o descaso pode ser muitas vezes por falta de conhecimento”, afirma.

Miriam também cita que é preciso capacitação aos profissionais da educação em relação a esse assunto, o que não existe nas escolas: “Fala-se muito pouco disso e só se pode combater o que se tem conhecimento”, explica.

Jardel Corbacho, diretor LGBT da UBES, afirma que umas das formas de combater a LGBTfobia, é tendo debate de gênero nas escolas. Ele aponta que um direito que existe é a inclusão do nome social no registro do estudante trans, porém nem sempre é cumprido pela diretoria, mostrando o descaso em que o tema é tratado. Jardel completa: “LGBTfobia se combate no diálogo da desconstrução, mostrando que estamos aqui com o nosso amor, e iremos resistir.”

Listamos aqui 6 formas para ajudar a combater a LGBTfobia na escola:

Orientação sexual e identidade de gênero são condições que já nascem com os indivíduos. Ninguém pode trocar de sexualidade, portanto não ache que uma pessoa da sua classe é LGBT por opção. Afinal, se você é hétero, não conseguiria nem se imaginar beijando alguém do mesmo sexo, né? Portanto, procure se informar para apoiar quem está passando por alguma situação de violência na sua escola.

Insultos e humilhações tratados como “brincadeira” podem causar sérios danos à saúde mental e física da pessoa. Não se cale ao ser perseguido ou ver alguém perseguindo uma pessoa LGBT nas escolas. A situação de bullying deve ser levada à diretoria para que sejam tomadas medidas punitivas e educadoras. Quando ver uma situação dessa, se possível filme ou registre de alguma forma para poder registrar a ocorrência.

Se conversar com a diretoria não foi o suficiente ou se você acha que a situação já está passando dos limites, disque 100. O Disque Direitos Humanos é uma ouvidoria vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos que recebe as denúncias, encaminhando aos órgãos de proteção e defesa em direitos humanos. No prazo máximo de 24 horas, respeitando a competência, o sistema irá definir qual órgão intervirá de forma imediata no rompimento do ciclo de violência e proteção da vítima.

Os grêmios podem ser grandes apoiadores na conscientização do respeito à diversidade. Ações por meio de cartazes, gincanas e até exibição de filmes, incentivam os estudantes a ficarem mais empáticos à condição dos colegas.

Não deixe que esse assunto seja velado. Converse com os professores, use o tema para trabalhos e em momentos de debate, avance e procure explicar aos colegas a realidade da população LGBT e a necessidade em combater o preconceito.

Em vários municípios do país, o projeto de lei que visa censurar o debate em sala de aula avança e enfrenta grande resistência da juventude. Dentre as proibições em sala de aula, estaria a menção aos termos “orientação sexual” e “gênero”. Estudantes apoiados pela UBES conseguiram barrar o progresso da lei em várias cidades, porém é preciso continuar atento e acompanhar a tramitação do projeto em sua cidade. Não permita que escondam a existência dos LGBT em sala de aula!