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A luta vem de outros carnavais

Muito brilho, cor, música e alegria são as marcas deste período que é o mais festivo do ano. E quando o assunto é ocupar as ruas, nada melhor que uma data como esta para relembrar que a festa também é momento de luta.

No período colonial, os escravos realizavam uma das primeiras manifestações carnavalescas no país: o entrudo, uma festa tradicionalmente portuguesa, que na colônia era praticada somente pelos escravos.

Marimba, Jean Baptiste Debret

Eles saiam às ruas lançando farinha nos rostos uns dos outros, jogavam bolinhas cheias de suco de limão, baldes de água e luvas de areia. Como aproveitavam a festa para valorizar suas danças e culturas – até então reprimidas pela Igreja Católica – o entrudo começou a ser visto como uma prática que ofendia os costumes da época.

A imprensa chegou a criar uma campanha contra as manifestações populares, proibindo que os escravos ocupassem as ruas. E sofrendo forte repressão das autoridades, o entrudo passou a ser criminalizado dando lugar aos bailes de carnaval da alta sociedade.

Diferente do entrudo que era realizado nas ruas e sem instrumentos musicais, os bailes da capital imperial, o Rio de Janeiro, eram realizados em teatros ao som de polca, onde todos usavam fantasias luxuosas.

Os cordões e os ranchos foram criados para adaptarem-se às tentativas de censura

Os escravos e toda a camada popular resistiram à censura e, para manterem suas manifestações, criaram os cordões humanos que imitavam procissões religiosas, a fim de confundir as autoridades da época.

Assim, passaram a realizar cortejos onde jogavam capoeira, uma prática também mal vista pelo império, e a tocar grandes bumbos. Com tempo, o Carnaval tornou-se uma mistura cultural.

Debret possui inúmeras obras representando a vivência e cultura dos escravos

Curiosidade: Apenas no século XIX que surgiu a primeira marchinha carnavalesca, com O Abre Alas de Chiquinha Gonzaga.

Carnaval também é de luta!

 

 

Por Aline Campos