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Passe Estudantil: mais do que um direito, um caminho para uma cidade mais sustentável

Ex-secretário Nacional da Juventude, Gabriel Medina, fez um resgate histórico da luta pelo Passe Livre no Coneg da UBES

O debate sobre Passe Estudantil realizado no 16º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg) da UBES trouxe um olhar aprofundado sobre o histórico dessa luta no Brasil, na tarde desta sexta (8). Gabriel Medina, ex-secretário Nacional de Juventude, trouxe alguns dados sobre o uso de transporte público por estudantes no Brasil. Medina falou sobre a criação do Movimento Passe Livre, em 2005, e lembrou da Revolta do Buzú, em Salvador – um embrião do movimento -, do qual Ângela Guimarães, ex-presidenta do Conselho de Juventude, participou.

Em julho deste ano a Prefeitura de São Paulo anunciou, entre tantas outras medidas de retrocesso, a redução na cota diária de viagens e no tempo de embarque. A consequência é a exclusão de muitos jovens do acesso a espaços culturais e públicos da cidade, como teatros, cinemas e bibliotecas.“É como se eles deixassem de ser estudantes a partir do momento em que põem os pés pra fora da escola”, comentou Marcos Prestes, presidente da União Gaúcha dos Estudantes (UGES).

Gabriel Medina, Ex-secretário Nacional da Juventude, durante debate do 16º CONEG

Medina explicou que a juventude do Brasil hoje é majoritariamente urbana e que tem como principal meio de locomoção o transporte público. Garantir políticas de locomoção no espaço das cidades para esses jovens seria, portanto, conquistar um pensamento mais coletivo e cidades mais saudáveis.

Uma das questões levantadas foi o interesse dos grandes empresários de ônibus e da área de transportes no país. Rafael Araújo, da diretoria da UBES, provocou: “por que o Passe Livre não é possível?”. A resposta também é simples: “porque o dinheiro que deveria estar sendo aplicado nisso precisa sair do bolso dos empresários”, completou.

“É uma luta cara e urgente. O direito à cidade é um direito básico e para muitos jovens estudantes ele só é possível por meio do passe livre”, pontuou Nayara Souza, presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE SP).

Por Anna Horta, de São Paulo
Foto Yuri Salvador | UBES