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Linha do tempo das Diretas Já!

O golpe que tirou ilegalmente a presidenta da República e colocou no poder o presidente ilegítimo Michel Temer (PMDB) promoveu uma ruptura democrática que tem levado o país a uma crise política-ética-institucional sem precedentes. A agenda de retrocessos inclui a entrega da Petrobras, o desmonte das conquistas sociais, o sucateamento da Educação, as reformas do ensino médio, da previdência e trabalhista, que condenam a população pobre e a juventude do país.

Um ano depois, graves denúncias de corrupção envolvendo Temer e seu partido vieram à tona, fazendo com que o movimento pelas Diretas Já! crescesse e começasse a ganhar a opinião pública, como ocorreu em 1984.

Para 85% da população, o Congresso deveria aprovar uma mudança constitucional que permitisse eleições já, apontou pesquisa Datafolha em abril. Existe uma iniciativa neste sentido: a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 67, de 2016, de autoria do senador José Reguffe (sem partido – DF).

“Ouso dizer que, de certa forma, a luta pelas Diretas representa o mesmo que representou em 1984: a esperança de que o Brasil seja um país democrático e soberano”, diz Fabíola Loguercio, diretora de Comunicação da UBES.

 

Governo Temer X Educação pública

“O prolongamento do governo ilegítimo deixa ainda mais distante nosso sonho de uma educação pública, gratuita e de qualidade”, afirma Fabíola Loguercio. Ela explica que o projeto atual, não aprovado pelas urnas, dá prioridade para privatizações e desejos do “mercado” em vez de focar no ensino, um direito constitucional. O congelamento de investimentos na Educação foi uma das primeiras ações do governo Temer. Para piorar, a abertura dos royalties do pré-sal para o capital estrangeiro anula outra esperança de verba para a área. Sem falar em uma reforma do ensino médio que, sem recursos, deve abrir espaço para o setor privado e aumentar a desigualdade entre estudantes pobres e ricos.

Desalento: dos 30 objetivos do Plano Nacional de Educação (PNE) previstos para 2017, apenas seis foram cumpridos, segundo o Observatório do PNE.
Enquanto isso os Institutos Federais, estes sim um modelo defendido por especialistas para formação técnica, pedem socorro. “Os cortes financeiros são tão grandes que alguns podem até fechar”, denuncia Gloria Silva, diretora de Escolas Técnicas da UBES.

1984

O deputado Dante de Oliveira havia protocolado, um ano antes, uma proposta de emenda para o retorno do voto direto para a presidência, o que despertou a onda de manifestações e comícios das Diretas Já.

1985

Apesar da derrota da Emenda Dante de Oliveira no Congresso, o movimento das Diretas Já! contribuiu para a abertura democrática do país, influenciando os parlamentares que, em 1985, escolheram o primeiro presidente civil depois de décadas de governo militar: Tancredo Neves, mas morreu antes de governar o Brasil, que foi então presidido pelo vice José Sarney.

1988

Realização de uma nova Assembleia Nacional Constituinte, que resultou na Constituição Federal de 1988, vigente até os dias de hoje. Após a aprovação do documento, foram definidas eleições gerais para o próximo ano.

1989

As eleições de 1989 foram as mais amplas da história do País, com um total de 22 candidatos. O segundo turno foi polarizado entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Fernando Collor de Mello (PRN), que acabou vencendo.

1992

Envolvido em grave episódio de corrupção, o presidente Fernando Collor de Mello (PRN) foi alvo de pedido de impeachment, após campanha Fora Collor, protagonizado pelos estudantes cara-pintadas. Collor renunciou antes do fim do processo e assumiu seu vice, Itamar Franco.

1994

As eleições de 1994 tiveram, como pano de fundo, a tentativa de recuperação econômica do país após a recessão da década anterior. O ex-ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso (FHC) ganhou as eleições, usando o discurso de ser o pai do Plano Real, lançado pelo governo Itamar.

1998

Em um processo polêmico, com denúncia de compra de voto, o governo FHC aprovou a emenda constitucional das reeleições para a presidência da República. As votações se deram em um momento de crise econômica e início de esgotamento do projeto neoliberal e das privatizações. Apesar disso, o presidente foi reeleito em primeiro turno.

2002

O 2º mandato de FHC foi marcado pelo aumento da crise econômica e pelas manifestações contrárias à política de juros altos e subordinação do país ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Em contraponto a esse cenário, Luiz Inácio Lula da Silva reuniu uma grande coalizão de partidos de esquerda e outros setores da sociedade, vencendo as eleições presidenciais daquele ano.

2006

A campanha eleitoral deste ano foi polarizada e marcou o debate acerca das transformações sociais do governo Lula, como o programa Bolsa Família e o ProUni. Ao final do processo, o presidente foi reeleito no segundo turno de votações.

2007

Com a instabilidade de Michel Temer e as graves acusações contra os políticos que coordenaram a retirada ilegal da presidenta da República, o país se une novamente na campanha das Diretas Já.

2010

O êxito do segundo mandato do governo Lula, assim como a recente descoberta do petróleo nas camadas pré-sal da costa brasileira, foram o trunfo para que esse projeto político tivesse êxito na sucessão. Pela 1ª vez na história, o Brasil elegeu uma presidenta da República, Dilma Rousseff.

2014

As eleições de 2014 ocorreram em clima acalorado, com o país mobilizado pelas jornadas de junho de 2013, a realização da Copa do Mundo e os debates acerca do Plano Nacional de Educação. O 2º turno foi acirrado, mas terminou com o povo reelegendo a presidenta Dilma.

2016

Foi confirmado o golpe parlamentar sobre a presidenta, com a aprovação de um impeachment ilegal, sem crime de responsabilidade, orquestrado por Eduardo Cunha, Aécio Neves (PSDB) e a mídia brasileira. Assumiu o vice-presidente, Michel Temer (PMDB).

 

Matéria originalmente publicada no PLUG – set, out e nov / 2017
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