Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

Nota sobre liminar que altera lei da meia-entrada
12 de January de 2016
Peça sobre a Guerrilha do Araguaia estreia nesta semana em SP
13 de January de 2016
Mostrar todos os posts

Polícia de Alckmin ataca 2º ato contra aumento dos transportes em São Paulo

Neste terça-feira (13), estava marcado o 2º protesto contra o aumento da tarifa do transporte em São Paulo. O novo valor de R$ 3,80 entrou em vigor no último sábado. Mas o protesto nem chegou a sair. O que se viu foi uma  barbárie. Talvez até pior que a violência em junho de 2013 pela quantidade descomunal de policiais em relação a manifestantes.

A concentração estava na Praça do Ciclista na Av. Paulista e já na chegada estudantes e diretores da UNE e quem mais quisessem passar pela avenida foram barrados pela PM fortemente armada. O esquema tático da Corporação já tinha organizado um labirinto pelas ruas do Centro através de barreiras policiais. A diretora de Cultura da UNE, Mel Gomes, tentou argumentar “Vocês estão impedindo nosso direito de livre manifestação de ir e vir. Não existe isso!”.

Depois de dar a volta pela Consolação já na Praça do Ciclista, os estudantes se espremiam junto de milhares de pessoas entre as barreiras policiais que não permitiram que a passeata saíssem pra qualquer lado.

Por meio de um jogral – onde integrantes da passeata gritam em voz alta as informações e os de trás repetem até chegar aos do fundo – foi informado que a Secretaria de Segurança Pública havia determinado que a manifestação deveria descer pela rua da Consolação em direção a Praça da República. Por isso, foram fechadas as vias ao redor do local e armadas várias emboscadas. Os manifestantes, porém, queriam seguir para o Largo da Batata, na direção oposta à decidida pela Polícia Militar.

Iniciou-se então uma tentativa de negociação com a PM. Mas dessa vez a manifestação não andou nem um passo.

De repente, começaram as bombas e os tiros. Os manifestantes corriam sem saber para onde ir. Encurralados na área entre a Paulista, a Consolação e a Bela Cintra, não havia para onde fugir das bombas. Mais de vinte pessoas ficaram gravemente feridas.

A PM foi cruel, distribuiu cassetada em quem só queria se proteger, atirou bombas para acertar em grupos que já estavam dispersos e a partir daí iniciaram uma caçada aos manifestantes com motos e carros por vias paralelas e perpendiculares à Avenida Paulista. Vídeos aéreos mostram que a tática não foi dispersar e sim emboscar.

Os diretores da UNE, Mateus Weber e Iago Montalvão, refugiaram-se em um prédio da região com mais dezenas de manifestantes. Só conseguiram sair depois da dispersão geral, acuados e humilhados pela PM que exigiu mãos ao alto como se fossem criminosos.

“A única saída que encontramos foi entrar em um prédio do Instituto Cervantes tossindo muito e com o rosto ardendo, além de sufocados em meio à multidão, foi o caos. Quando entramos no prédio, a polícia continuou a jogar bombas, inclusive lá dentro”, conta Iago. Assista ao vídeo do relato dos dois:

Dois novos atos já estão marcados para esta semana. Serão na quinta-feira (14), com concentração no Largo da Batata, na zona oeste da cidade, e no Theatro Municipal, no Centro.

CONTRA O AUMENTO DO BUSÃO

No último dia 10 de Janeiro, durante reunião da diretoria Executiva da UNE, foi aprovada por unanimidade moção de repúdio ao aumento das tarifas de transporte em todo o Brasil, contra a violência policial bem como o compromisso da entidade com o passe-livre estudantil.

“O passe-livre estudantil é uma das principais bandeiras da UNE e carro chefe das históricas jornadas de lutas que nacionalmente colocaram a juventude nas ruas em defesa deste direito. Apesar
de ser realidade em algumas cidades no Brasil, a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, precisam vir acompanhadas de uma profunda transformação no sistema de transporte público afim de garantir a ampliação deste direito a todos os estudantes, por entendê-lo como fundamental para aumentar o acesso à educação, cultura, lazer e esporte”, diz trecho da moção.

>>> Leia o documento na íntegra: bit.ly/1SfZLO3