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Ocupações de Goiás: dois meses de resistência

Unidade, companheirismo e luta não têm faltado em Goiás. Na próxima semana, o movimento de ocupação das escolas completará dois meses de resistência. Mesmo com a forte repressão do governo estadual, 16 unidades permanecem lutando contra a implantação de organizações sociais (OSs) na administração dos colégios e a militarização do ensino.

Na última quinta (28), durante audiência pública em Anápolis (GO), um promotor de Justiça do Ministério Público apresentou sugestão de suspensão do edital de chamamento das OSs para ampliar a discussão sobre o projeto. Professores, pais e toda comunidade escolar têm demonstrado apoio aos estudantes que também ocupam a Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), em Goiânia.

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DENÚNCIAS E RESISTÊNCIA

As redes sociais têm sido uma forte ferramenta de apoio para os estudantes das ocupações, como publicou em seu perfil do facebook, a estudante Layane Regina, que presenciou a agressão policial contra um dos jovens que ocupam a Seduce.

“Quando ele [policial] percebeu que eu estava filmando começou a gritar e correr atrás de mim, violentamente me jogou no chão tentando tirar meu celular. O PM ameaçou quebrar meu celular e me levar para a delegacia por porte de crack que estava nas mãos dele. Fui obrigada a apagar todos os vídeos”, denunciou.

Na ocupação da Seduce, o acesso à energia elétrica foi cortado, os estudantes estão sem acesso aos banheiros e há relato de carros que foram estacionados muito próximos às barracas. “Uma tortura psicológica”, segundo os estudantes.

Os professores também têm sido coagidos. Em vídeo, um grupo de secundaristas protesta contra a prisão de professores do Colégio Ismael Silva de Jesus que foram detidos ao irem socorrer os alunos que estavam sendo agredidos pela polícia.

Nesta terça-feira (2), um ato em apoio aos profissionais da educação acontecerá na capital. Acesse aqui o evento.

VOLTA ÀS AULAS

Em algumas escolas, a volta às aulas já está confirmada no calendário escolar, como é o caso do Colégio Estadual Noca Cidade. Após reunião com toda comunidade escolar, a instituição foi desocupada mediante a elaboração de um abaixo-assinado exigindo a reforma ampla do colégio, a não implantação das OSs, mais debate sobre o projeto, além da não retaliação aos estudantes ocupantes.

Os frutos da resistência dos secundaristas também resultou na volta às aulas na escola José Lobo, que após convocar assembleia e deliberar que, apensar das volta às aulas, será mantido o caráter de ocupação em parte da unidade. A proposta não foi aceita pela secretaria de Educação, porém aprovado pelo Conselho Estadual de Educação.