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Solidariedade, luta e resistência no Mocam

 

O projeto de “(des)organização” do governador Geraldo Alckmin promete fazer estrago na zona leste de São Paulo, região que tem cinco escolas na lista de instituições que serão fechadas ou que sofrerão redução de turmas. Em solidariedade a estas escolas, os secundaristas do colégio estadual Professor Moacyr de Campos (Mocam) iniciaram na madrugada desta quarta-feira (18) uma ocupação pacífica fortemente marcada pela pressão da polícia.

Confira um manual que a UBES preparou de como ocupar a sua escola contra a reorganização escolar em SP

No início da manhã de quarta, durante algumas horas a recém-eleita presidenta da UBES, Camila Lanes, e a presidenta da UPES, Angela Meyer, ficaram detidas pela Polícia Militar dentro da escola ao lado de 80 estudantes. “Confiscaram o documento das presidentas”, conta a ex-aluna da escola que participa da ocupação, Andressa Mendes.

Fundadora do grêmio estudantil na escola, o VAE, Andressa conta que a direção escolar já tentava impedir a mobilização, o que não intimidou os estudantes que ocuparam o prédio. “Voltamos do Congresso da UBES e viemos direto pra dentro do Mocam, em solidariedade às escolas da região, entre elas a Caramuru e a Norberto que irão perder o ensino médio e o período noturno. No final, esses alunos serão remanejados para cá, onde as turmas já são superlotadas”, explica.

Após a ação da polícia, na tarde da quarta-feira os estudantes ocuparam a frente da escola com barracas, faixas e bandeiras. Mesmo debaixo do sol quente, os jovens resistem e recebem apoio da associação de moradores do bairro, professores e pais que também são contra o projeto imposto pelo governo estadual. “É uma luta importante contra o retrocesso, enquanto o Alckmin fala que há salas vazias, nós enfrentamos turmas com mais de 50 estudantes”, conta o estudante do 1º ano, Victor Pinheiro.

Apesar de não constar na “lista de cortes” de Alckmin, os estudantes denunciam na ocupação a ameaça do Mocam fechar todas as turmas do ensino noturno. “A resistência dos estudantes é forte, mesmo com o ‘paredão’ que a polícia fez, não saímos, estamos aqui para defender o ensino noturno, a juventude que trabalha e faz curso não pode ficar fora da escola”, diz a presidenta da UBES, Camila Lanes.

Com sarau, atividades culturais, músicas e conversas sobre os próximos passos do movimento, a vigília da madrugada desta quinta (19) deu continuidade à mobilização que se soma ao “Dia Nacional de Solidariedade à Ocupação de Escolas em São Paulo”, que atualmente conta com 80 escolas ocupadas por estudantes.