Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

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Não tem arrego! Mazé resiste à onda de repressão do governo

A onda de repressão é a nova “estratégia de guerra” que o governo de São Paulo tem assumido para dar fim às ocupações das escolas. Com arbitrariedade e violência, a ação chegou nesta terça-feira (1º) à E.E. Maria José, na região central da capital. A Polícia Militar invadiu a escola, em companhia do diretor Vladimir Frank, que vários estudantes, entre ele a jovem Lilith Passos, 15.

“Eu estava com microfone na mão, falando que não terá arrego, o diretor da escola se aproximou e deu uma tapa no meu rosto. Naquela hora, oito policiais nos cercavam, mas não fizeram nada para me defender”, conta a aluna do 1º ano, que já iniciou um processo jurídico contra o diretor.

Localizada na região da Bela Vista, a “Mazé”, como é chamada pelos estudantes, segue ocupada desde o dia 22 de novembro. A ocupação é contra o projeto de desorganização escolar que ameaça tirar dois dos três ciclos da escola.

O estudante Alan Ferreira, 16, também foi agredido no local, mas pela Polícia Militar. “Enquanto tentava ajudar o Kauê [presidente da UMES] que apanhava dos policiais, um deles me puxou por trás e me jogou no chão. Depois bateu na minha barriga e jogou spray de pimenta. Outro me enforcou por uns oito minutos e me deu botinadas na perna direita”, relata o estudante do 7º ano.

ARBITRARIEDADE E VIOLÊNCIA

Após a invasão feita sem mandado judicial, estudantes relatam que os PMs aplicaram spray de pimenta contra todos os ocupantes, indiscriminadamente. “Alguns alunos ouviram policiais falando que tentarão invadir novamente. Pior que isso, eles quebraram muitas coisas lá dentro para nos acusar de depredação. Não desistiremos, resistiremos!”, denuncia o secundarista do 3º ano, Bruno Guedes.

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ATO E SOLIDARIEDADE

Em resposta e reforçando a resistência da ocupação, os estudantes organizaram na Radial Leste, no fim da tarde da terça-feira, manifestação pacífica que contou com apoio de lideranças dos movimentos sociais.

Há todo momento, moradores da região chegam à Mazé com doação de água e alimentos. “Eles estão ocupando o lugar deles, eu mesmo não vivi isso, é uma marca dessa geração e que sempre terá o meu apoio”, afirma o jornalista Alex Xavier, que veio entregar a compra feita exclusivamente para os jovens ocupantes.