Ubes – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas

UBES INTEGRA O DIA NACIONAL DE LUTAS CONTRA O CORTE DE VERBAS NA EDUCAÇÃO
28 de maio de 2015
ESTUDANTES DOS IFS LEVAM DEBATE DA ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL AO FÓRUM MUNDIAL
29 de maio de 2015
Mostrar todos os posts

EM GREVE, PROFESSORES E GOVERNOS NÃO CONSEGUEM CHEGAR A ACORDO

Aulas no Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Sergipe e Goiás permanecem paralisadas

As paralisações dos professores e funcionários das escolas da rede estadual de ensino em seis estados brasileiros já começam a completar um mês e permanecem sem previsão de acordo com os governos. Na busca por uma solução para o impasse, sindicatos e governos começam a acionar a Justiça.

O contingenciamento no setor anunciado pelo governo federal só deve piorar essa situação. A UNE tem convocado estudantes de todo o Brasil a se manifestar contra e pressionar contra a revogação os cortes na educação.

Professores do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Pará, Sergipe e Goiás pedem o cumprimento da Lei do Piso, mas os estados alegam falta de dinheiro para concordar com o reajuste. A aplicação da Lei do Piso eleva o salário inicial para R$ 1.917,78.

No Paraná a crise nas contas orquestrada pela ineficiência do governador Beto Richa (PSDB) afeta todos os setores do Estado e chegou às universidades estaduais que ameaçaram fechar as portas por falta de condições mínimas.

Já em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fechou quase 3 mil salas de aulas do ensino médio e quis diminuir o repasse do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços (ICMS) que garante a autonomia das universidades estaduais.

Para a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Bárbara Melo, a luta dos estudantes é a mesma dos professores. ‘’A luta dos profissionais da educação tem todo nosso apoio.  Queremos sim mais investimentos e qualidade no setor. Seguiremos lado a lado’’, falou.

Para o diretor da UNE, Iago Montalvão, que acompanhou de perto a luta no Paraná, a crise na educação nos Estados como Santa Catarina, Goiás e São Paulo é a “demonstração de governos e políticas atrasadas que apontam apenas os interesses de determinados grupos políticos”.

Confira a situação da greve por região:

CENTRO-OESTE

No estado de Goiás, o Tribunal de Justiça negou pedido do governo estadual e considerou a greve legal. Na última sexta-feira (22/5), o Sindicato dos Trabalhadores Estaduais em Educação ingressou com mandado de segurança contra o governo para assegurar o pagamento integral dos salários dos trabalhadores.

A greve começou no último dia 13. Entre os motivos, está a antecipação do pagamento do piso aos professores, previsto para começar a ser pago pelo estado em agosto. Os trabalhadores pedem também que aumento seja retroativo ao início do ano. Pouco mais de 50 escolas estão paradas e outras 80 parcialmente. A rede tem 1,1 mil centros de ensino.

NORDESTE

Os profissionais do Pará iniciaram a greve no dia 25 de março, pedindo o pagamento retroativo do piso salarial, que começou a ser pago em abril, mas deveria vigorar desde janeiro.

Em Sergipe, último dos estados a entrar em greve, a paralisação teve início no dia  18/5. Segundo o governo do estado, o movimento afeta toda a rede estadual, e 170 mil alunos do ensino fundamental e médio estão sem aulas. Na quinta-feira (21), o governo entrou com ação no Tribunal de Justiça de Sergipe solicitando a ilegalidade da greve.

Os professores pedem o pagamento de 13,5% de reajuste. O estado alega que atingiu o limite de sua capacidade para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e que o reajuste só poderá ser concedido quando aumentar a arrecadação.

SUDESTE

A greve em São Paulo também foi parar na justiça. Na última quarta-feira (20/5), o Superior Tribunal de Justiça decidiu descontar os dias parados dos professores em greve. A presidenta do sindicato (Apeoesp), Maria Izabel Noronha, vai recorrer da decisão. A greve que começou no dia 13 de março. A categoria quer aumento salarial de 75,33%.

Os professores decidiram ainda fazer uma nova assembleia na próxima sexta-feira (29), no vão livre do Masp, unindo sua luta à greve geral das demais categorias, marcada para o mesmo dia e local, contra o Projeto de Lei 4330, que trata das terceirizações. A previsão é que, neste dia, depois da assembleia dos professores, com início marcado para as 14h, os movimentos se unam em caminhada até a Praça da República, no centro da capital.

SUL

Em Santa Catarina, de acordo com o sindicato (Sinte-SC), a greve foi considerada legal pela Justiça. A decisão impôs medidas restritivas às ações de protesto a menos de 200 metros de prédios públicos. A greve começou no dia 24 de março. A principal demanda é o plano de carreira.

Já no Paraná, professores e governo não chegam a acordo. A greve não foi judicializada. Os professores pedem reajuste do salário de 8,14% retroativo à data-base, concurso público e melhores condições de trabalho. A proposta do governo é conceder 3,45% de reajuste ainda neste ano. O valor é o equivalente à inflação de maio a dezembro de 2014. A APP-Sindicato classificou a proposta como “indecente”. Mesmo sendo pequeno o índice só  seria pago de forma parcelada aos servidores, entre os meses de setembro, outubro e novembro. A greve começou no dia 27 de abril.

Por Renata Bars, da União Nacional dos Estudantes.