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ENTREVISTA COM O PRESIDENTE DA UEES-RJ SOBRE AS LUTAS DA ENTIDADE NO RJ

Desde os sonhos, às vitórias e às lutas, Gabriel Lopes – atual presidente da União Estadual dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (UEES-RJ) conta ao site da UBES tudo o que acontecerá no 3º CONUEES. Confira!

Ano de Copa do Mundo, véspera de Jornada de Lutas. Como definir a importância do Congresso da UEES-DF que faz parte deste calendário?

O ano é muito importante, não só pela Copa que movimentará diversos setores estratégicos do país, mas também porque os estudantes entendem que é um ano eleitoral, momento de eleger nossos representantes, debater e contribuir nas urnas para mudar o destino do país. Nosso Congresso também acontece na véspera de completar 50 anos do golpe militar, momento que marca a morte do secundarista Edson Luis. Achamos muito importante comprometer a UEES no próximo período, de maneira centrada, sem cair no senso comum, mas elaborar opinião no estado sobre o posicionamento dos estudantes.

Desponta por todo o Brasil a “Descomemoração” do golpe militar que instaurou a ditadura no país. A temática estará presente nas discussões do congresso?

Abriremos o congresso no dia 28 com um Ato Político em homenagem a Edson Luís, o secundarista assassinado pelo regime militar. O ato fará parte da passeata da nossa Jornada de Lutas estadual e também abertura do Congresso, quando todos os estudantes irão lançar seu repúdio à ditadura. O fim da repressão é simbólico, há muitos resquícios no cotidiano quando vemos as ações da polícia militar e da polícia civil. Ainda temos polícia nas escolas, estudantes sendo obrigados a usar roupas iguais e frequentar salas cercadas de grades por todos os lados.

No último período, qual foi o principal destaque para a entidade?

Junto com a Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas (AMES-RJ), a luta pela ampliação do passe livre na Capital está entre nossos principais destaques. Depois de muita pressão na Prefeitura ampliamos o direito para 8 passagens diárias e 4 aos finais de semana. A conquista aumenta o acesso à cultura, ampliando também a concepção do estado de que os estudantes precisam ter acesso ao lazer, ao esporte e à própria cidade.

A pauta do transporte público é uma pauta permanente na história de mobilização dos estudantes do Rio de Janeiro. Desde a Revolta dos Bondes até as jornadas de junho e julho, o que os secundaristas continuam pedindo nas ruas?

Desde a revolta de 1930, quando fomos pra rua pela primeira vez, logo depois da criação da AMES, os estudantes já se colocaram em defesa do transporte público. Em 1989 conquistamos o passe livre, e foi na troca de governo que perdemos esse direito. Em um estado com uma péssima estrutura urbana é primordial para os estudantes o direito ao passe e à qualidade no transporte. Vai além da tarifa, estamos em cidades que é comum atingir 40ºC de temperatura e ter de pagar ônibus sem ar condicionado, pessoas sem ter um banco para sentar, totalmente imprensadas nos coletivos.

Das lutas permanentes que a UEES-RJ quer avançar ainda mais, quais são os desafios centrais a ser enfrentados na nova gestão?

O Passe Livre irrestrito na Capital e nas cidades do interior, onde muitas vezes não existe nem mesmo o passe limitado. Continuaremos a luta pelo passe em cidades que não possuem nenhum tipo de regulamentação, pela reforma do ensino médio, e o debate permanente com o atual secretário de educação que é um economista, e que portanto, não entende o que precisamos nas nossas escolas.

No último ano, a greve dos professores do estado denunciou um cenário negativo na educação do Rio de Janeiro. Como você avalia o ensino oferecido nas salas de aula?

Há deficiência na educação, o salário dos professores está entre os mais baixos, as escolas não possuem plano individual para cada unidade e não conhecem seus alunos. Com giz e quadro, o método das aulas é ultrapassado, sendo que em muitas dessas escolas falta até livro e material escolar básico. Ainda sofremos no Rio de Janeiro com a “decoreba” que não dialoga com a formação da juventude, cenário muito ultrapassado para o estado que está no 2º lugar do ranking do PIB nacional.

Atualmente, contando as últimas ações da UEES-RJ com grêmios estudantis, junto aos estudantes das escolas públicas e do ensino técnico, conta pra gente algumas das lutas mais recentes.

A UEES passou por diversos marcos no último período, principalmente no interior, quando conseguimos aderir a prática democrática da organização estudantil nas escolas e nas cidades, criando entidades municipais. Foram muitos os momentos que paramos ônibus pra dizer no direito ao Passe Livre, como aconteceu em Visconde de Paiva e Cabo Frio pelo passe livre. Nas jornadas de junho também tivemos protagonismos, em Volta Redonda e Barra Mansa. Hoje, a UEES encerra sua atual gestão com mais de 20 entidades municipais em todo estado do Rio de Janeiro.

3º CONUEES – o que você precisa saber

O QUÊ: 3º Congresso da União Estadual dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (CONUEES)
QUANDO: 28/3 – Ato contra ditadura militar | 29/3 – Grupos de Debate e Plenária Final
ONDE: CEFET – Campus Maracanã às 14 horas
Centro Federal de Educação Tecnológica | Rua General Canabarro, 485

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