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90 anos da Coluna Prestes

Entidades realizam homenagem na Câmara dos Deputados

O Congresso Nacional, com o apoio da UBES, UNE e várias entidades realizará na próxima terça-feira (20/5)  uma sessão comemorativa alusiva aos 90 anos da Coluna Prestes. O evento acontecerá, às 12 horas, no Plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, e contará com participação de familiares dos combatentes, entre eles, Maria Prestes,viúva de Luiz Carlos Prestes e familiares do general Miguel Costa.

A Coluna Prestes é considerada um dos momentos decisivos da história política brasileira no início do século XX. Ela fez parte do chamado movimento tenentista, que representou um dos pontos altos da oposição democrática à República Oligárquica (1889-1930). A Coluna animou a oposição liberal e popular, enfraquecendo a República Velha.

No dia 28 de outubro de 2014 a “Coluna Invicta” comemora 90 anos. Seu marco inicial foi o Levante do Forte de Copacabana, ocorrido em 5 de Julho de 1922. Nele alguns jovens oficiais – que ficariam conhecidos como os “18 do forte” – enfrentaram o poderio das forças governistas.

O segundo levante tenentista ocorreu em 5 de Julho de 1924 em São Paulo, com a adesão da Força Pública Estadual, o que obrigou o governador e chefe militar da região a abandonarem a capital paulista. O presidente Artur Bernardes decretou estado de sítio e, numa atitude inédita, autorizou o bombardeio da cidade. Os tenentes conseguiram romper o cerco governista e se dirigiram para o interior, seguindo até o Paraná.

Em 28 de outubro de 1924, em solidariedade aos revoltosos paulistas que continuavam lutando, vários quartéis do Rio Grande do Sul se insurgem, entre eles o Batalhão Ferroviário de Santo Ângelo comandado pelo jovem capitão Luiz Carlos Prestes, que posteriormente viria a se tornar senador da República (1946-1948), pela legenda do Partido Comunista do Brasil (PCB).

Unido a outros revolucionários – como Antônio de Siqueira Campos, Osvaldo Cordeiro de Farias e João Alberto Lins de Barros – inicia sua cruzada libertadora que percorreria quase todo o país. No Paraná a coluna gaúcha se encontraria com a coluna paulista e formariam a Coluna Miguel Costa-Prestes.

Desde o início se agregaram ao movimento insurgentes civis ligados aos grupos políticos dissidentes no estado do Rio Grande do Sul, conhecidos como maragatos, e dezenas de mulheres, que prestaram relevantes serviços de apoio aos soldados. Em fevereiro de 1926 os comandantes da Coluna apresentaram o documento Motivos e Ideais da Revolução, onde se diziam contrários “aos impostos exorbitantes, desonestidade administrativa, falta de justiça, mentira do voto, amordaçamento da imprensa, perseguições políticas, desrespeito à autonomia dos estados, falta de legislação social, reforma da Constituição sob o Estado de Sítio” e proclamavam ideais libertários.

A Coluna Prestes, como ficou conhecida, percorreu uma distância de 25 mil km, atravessando 11 estados brasileiros: do sul, sudeste, centro-oeste e nordeste. Fato que fez dela uma das maiores marchas militares da história mundial. A saga terminou em 3 de fevereiro de 1927, quando Prestes se internou na Bolívia com 620 combatentes, e Siqueira Campos se abrigou no Paraguai com 65 de seus homens. Por não ter sido derrotada, apesar dos esforços empreendidos pelos governos federal e estaduais, ganhou a denominação de Coluna Invicta.

O período de exílio dos revolucionários coincidiu com o fim da censura à imprensa. Então, realizações da Coluna foram apresentados pela imprensa como um dos grandes feitos do povo brasileiro na busca de justiça e liberdade. O jornal oposicionista A Esquerda deu a Prestes o título de “Cavaleiro da Esperança”, que logo foi adotado pelas demais publicações liberais e de esquerda. Na época, em entrevista, Luiz Carlos Prestes afirmou: “A revolução tem um programa que todos nós juramos cumprir. Se pudermos voltar ao Brasil num ambiente de liberdade, lutaremos pelas reformas políticas do nosso programa”. Apesar da grande campanha popular feita em sua defesa, a anistia política aos revoltosos não foi concedida pelo presidente Washington Luís.

 Da UNE, com informações da Fundação Maurício Grabois