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Jovens organizam cruzada na web pelo voto distrital

Intenção do movimento é reunir, até o fim de setembro, 1 milhão de assinaturas para pressionar o Congresso a aprovar a reforma política.

DO ESTADO DE SÃO PAULO

Diante da indagação sobre suas profissões, eles não hesitam e a resposta vem em uníssono: “empreendedor social”. O termo talvez seja mesmo o que melhor descreva o trabalho desses quatro jovens, entre 24 e 26 anos, todos profundamente politizados – que, em meio a uma série de empreendimentos e trabalhos free lancers que assumem, encontraram tempo para encampar a bandeira da reforma política.

 Especificamente, eles defendem a mudança do sistema eleitoral para o voto distrital – sistema pelo qual o País seria dividido em pequenos distritos, que passariam a eleger, por meio de voto majoritário, vereadores, deputados e senadores.

Emygdio Carvalho, Beatriz Pedreira, Vinícius Russo e Pablo Ribeiro são os principais organizadores (eles rejeitam o rótulo de “líderes” ou “responsáveis”) do movimento Eu Voto Distrital (www.euvotodistrital.org.br), cuja intenção é reunir, até o fim de setembro, 1 milhão de assinaturas em favor da bandeira. A ideia é pressionar o Congresso a aprovar, a tempo de vigorar para as eleições municipais do ano que vem, uma emenda constitucional que institua o voto distrital majoritário. Ainda estão longe do objetivo – até agora, amealharam menos de 22 mil assinaturas -, mas dizem não temer o desafio de multiplicar por 50 o número de signatários em menos de dois meses.

“Às vezes, a gente para pra pensar no que tem de fazer e dá um certo desespero, sem saber para onde ir. Mas a gente é corajosa”, diz Beatriz, a única do grupo que dedica a maior parte de seu tempo ao Eu Voto Distrital. Ela é funcionária do Centro de Liderança Pública (CLP), projeto coordenado pelo cientista político Luiz Felipe d”Ávila, o mentor dos jovens.

Vem do CLP a maior parte do dinheiro que financia o Eu Voto Distrital – que, aliás, não é muito: US$ 10 por mês para pagar o servidor em que o site do projeto se hospeda e os modestos salários da meia dúzia de colaboradores fixos. “Eu recebo um auxílio financeiro para trabalhar 40 horas mensais. Na prática, quase dobro a carga horária, e o excedente pode ser visto como minha contribuição voluntária”, conta Pablo.

Soma. D”Ávila é o verdadeiro idealizador do projeto. Os conceitos políticos expostos no site do movimento refletem as ideias defendidas por ele: voto distrital majoritário, em dois turnos, sem financiamento público de campanhas. “Buscava uma forma de mobilizar a sociedade em torno do voto distrital. No fim do ano passado, depois de uma palestra minha sobre o assunto, o Emygdio me procurou e disse que queria se engajar. Ele já tinha experiência de mobilização na internet e foi uma combinação perfeita”, diz o cientista político. “A gente tem as ideias e eles sabem executá-las.”